Com a invasão das tropas russas à Ucrânia, muitas mulheres tomaram a decisão de se alistar: vestiram as fardas militares, pegaram em armas e estão ao lado dos homens nas trincheiras. “As nossas crianças já estão em segurança (…) Vamos destruir o inimigo em cada canto do território ucraniano“, afirma a soldado ao centro no vídeo partilhado esta segunda-feira nas redes sociais Twitter e Telegram, para assinalar o Dia da Mulher.

Vivemos num país onde todos são tratados de igual forma. Todos têm o direito de ser protegidos e de lutar. Há centenas de anos [as ucranianas] saíram para lutar pelos seus direitos, igualdade e justiça. Elas hoje também lutam. No entanto, agora têm armas nas mãos, elas podem lutar pela paz na sua própria terra”, lia-se numa mensagem muito partilhada no Telegram.

De acordo com os dados recentes, mais de 15% do exército da Ucrânia é composto por mulheres — o dobro das que se envolveram no conflito de 2014. Por exemplo, comparativamente a Portugal, a percentagem de tropas femininas no efetivo das Forças Armadas era de 13,2% no final de 2021.

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Mulheres representam 13,2% das Forças Armadas, afirma o ministro da Defesa

O Presidente da Comissão dos Direitos das Mulheres e da Igualdade dos Géneros, Robert Biedroń, já tinha informado que a guerra “brutal” levou “à morte sem sentido de muitos soldados ucranianos, 20% dos quais são mulheres”.

Também Ursula von der Leyen lhes dedicou umas palavras:  “Neste dia da Mulher, o meu coração está com todas as mulheres ucranianas”, escreveu na sua página de Twitter.  “A defender a liberdade. A lutar na linha da frente. A proteger os seus entes queridos. A União Europeia está convosco”, lê-se ainda.

Outros cibernautas aproveitam também a data para elogiar a coragem, resiliência e sentido de dever das tropas femininas da Ucrânia.

Na publicação abaixo, um utilizador optou por homenagear as atuais soldados evocando o nome de Iryna Tsvila.

Mas as palavras de admiração não se cingem apenas àquelas que combatem os russos, vão igualmente para as mulheres que fogem com os filhos nos braços, às que permanecem nas cidades assoladas pelos bombardeamentos, às que fazem parte da resistência, seja a bordar fardas seja a recolher alimentos, e para as decisoras políticas.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, caraterizou as mulheres e as crianças do país invadido como “as primeiras vítimas” de Putin, no Twitter. Já anteriormente, elogiou “as mulheres incrivelmente corajosas da Ucrânia que estão a lutar, obrigadas a abrigar os entes queridos em bunkers, a dar à luz em estações de metro e a liderar a linha da frente. É um testemunho de coragem, força e resiliência, mesmo nas piores circunstâncias”.

Esta ideia de sofrimento feminino com várias dimensões repercurte-se também nas redes sociais.