Cerca de 600 civis foram mortos no Mali em 2021, em consequência de violência imputada principalmente a grupos extremistas, mas também a milícias e forças armadas de autodefesa, segundo um documento da missão da ONU no país (Minusma) conhecido esta quinta-feira.

Mergulhado em tumultos desde 2012, o Mali registou um aumento de 16% no número de pessoas mortas na segunda metade de 2021 em comparação com os seis meses anteriores, indica a nota da divisão de direitos humanos da missão das Nações Unidas no Mali, que se concentra no segundo semestre do ano passado.

Especificamente, 318 pessoas morreram na violência no segundo semestre do ano, diz o documento, enquanto na primeira metade o número foi de 266.

Os raptos, por outro lado, diminuíram de 425 para 343.

O Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM) “e outros grupos semelhantes têm aumentado os ataques contra civis” e as forças malianas e a Minusma, de acordo com o documento, citado pela agência France-Presse.

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O Mali é também flagelado por grupos filiados à organização Estado Islâmico.

A Minusma responsabiliza os grupos islâmicos radicais pela morte de 206 pessoas e pelo rapto ou desaparecimento de 239 outras entre julho e dezembro de 2021. As milícias e os grupos de autodefesa da comunidade são responsáveis por 70 mortes no mesmo período, acrescenta.

Por outro lado, 25 civis foram mortos durante operações das forças de segurança.

“As forças armadas malianas executaram arbitrariamente pelo menos sete civis [seis homens e um rapaz de 08 anos] e mataram a tiro outro homem” em 25 de outubro na região central de N’Dola, segundo a Minusma.

As autoridades do Mali negam categoricamente as acusações de abusos contra as forças de segurança.

A Minusma imputa ainda às forças regionais e internacionais a morte de cinco pessoas no segundo semestre do ano. As forças francesas e africanas estão a operar no Mali.