O presidente ucraniano apelou à união de todos “contra 0 homem que começou esta guerra”, numa mensagem de vídeo transmitida no concerto solidário que se está realizar na Polónia e que foi exibido em Lisboa, numa concentração na Praça do Comércio.

Sem nomear Vladimir Putin, Volodymyr Zelensky voltou a apontar o dedo aos “poderosos do mundo” que responderam com silêncio aos pedidos para fechar o espaço aéreo da Ucrânia. “Há crianças a morrer, os hospitais estão a ser destruídos e as cidades estão a ser queimadas. Foi já há um mês, mas continuamos a lutar uma guerra que não queremos, armados com armas, mas também desarmados para tentarmos ganhar a paz.”

A Ucrânia, disse Zelensky “está a lutar com bravura, cercada de todo o lado por inimigos — ar, terra, mar e ciberespaço. Tivemos as primeiras vítimas, os primeiros heróis, parámos de contar os mísseis russos e os ataques aéreos”. Na mensagem em inglês o presidente ucraniano, afirmou ainda que há “um nós antes desta guerra que era despreocupado, agora vivemos num modo diferente. Milhares que estavam vivos deixaram de estar”. Agora destaca “toda a gente está pensar no que fazer se a Rússia avançar mais pela Europa. Vejo o medo nos políticos e não há muitos em que se possa contar. Só todos unidos contra um homem que começou esta guerra. E são estas as opções:

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  1. Salvar a Ucrânia guerra mantendo a liberdade. A guerra russa é contra a liberdade
  2. Armem a liberdade com jatos, defesa aérea, tanques e armas para travar o mal
  3. Mais sanções contra a Rússia, contra o petróleo russo, contra a banca russa
  4. Ser humanos para os deslocados. São como vocês e vão regressar à casa
  5. Salvem os civis que estão nas cidades cercada. Abram corredores humanitários. É necessário um cessar-fogo e a retirada completa das forças russas.

Para os ucranianos a escolha é só uma”  lutar e manter-mo-nos vivos”, lembrando ainda que ninguém desistiu, ninguém fugiu. Estamos nas nossas posições.”

No final do seu discurso, Volodymir Zelensky volta a dirigir-se ao presidente russo. “Vamos restaurar a Ucrânia depois da guerra como parte da família europeia, com um novo sistema de segurança para garantir que é impossível matar a liberdade e mandar a mensagem a um homem em Moscovo. Esta é a nossa escolha”.

Centenas de pessoas manifestam-se contra a invasão da Ucrânia pela Rússia na Praça do Comércio, em Lisboa, juntando-se a um movimento que está a decorrer em várias cidades europeias, enquanto aguardavam pelas palavras do Presidente ucraniano. A manifestação teve início pelas 16:00 e algumas centenas de pessoas estiveram concentradas junto a um ecrã gigante, onde o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discursou para os ucranianos espalhados por todo o mundo, alguns dos quais já residentes no estrangeiro, outros refugiados que a guerra fez.

Com bandeiras da Ucrânia às costas e outras empunhadas e a esvoaçar, o Terreiro do Paço vai-se ‘pintando’ de azul e amarelo. O protesto arrancou com o hino ucraniano a ser entoado pelos manifestantes. O protesto, promovido em Lisboa pela Associação dos Ucranianos em Portugal, contou também com a participação do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas. O presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, e a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, juntaram-se ao protesto.

A manifestação está integrada numa jornada internacional de solidariedade, que junta vários países em repúdio à invasão russa e para angariar apoios para os deslocados e refugiados da guerra.