A Ucrânia continua a admitir uma “solução diplomática” para o conflito com a Rússia, mesmo considerando que Vladimir Putin tem vindo a “torturar” o país com as atrocidades que terão sido cometidas pelos soldados russos, incluindo as mortes de civis em Bucha.

“Ninguém quer negociar com uma pessoa ou com um grupo de pessoas que estejam a torturar esta nação. É compreensível. E como homem, como pai, compreendo isto muito bem”, afirmou o Presidente ucraniano este sábado. Mas a Ucrânia “não irá desperdiçar oportunidades, se as tivermos, para uma solução diplomática“.

As declarações foram feitas numa entrevista à agência Associated Press, publicada no mesmo dia em que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, visitou a capital Kiev.

Os repórteres da Associated Press que o entrevistaram descrevem-no como “visivelmente exausto” mas “animado por um ímpeto de perseverança”. A entrevista foi feita no palácio presidencial de Kiev, cujas janelas estão tapadas com torres de sacos de areia.

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“Temos de lutar, mas lutar pela vida. Não faz sentido lutar por poeira, quando não houver ninguém, quando não houver pessoas. Por isso é que é importante acabar com esta guerra”, atirou o Presidente ucraniano.

Depois de dizer que “não são suficientes” os meios militares entregues pelos aliados à Ucrânia, os repórteres da AP perguntaram a Zelensky se acha que mais vidas podiam ter sido salvas caso tivesse havido mais fornecimento de equipamentos de guerra, ou se tivessem chegado mais cedo.

“Muitas vezes procuramos respostas nos outros, mas eu procuro respostas em mim próprio. Será que nós fizemos o suficiente para que tivéssemos recebido mais armas [e mais cedo]? Será que fizemos o suficiente para que os líderes acreditassem em nós? Será que fizemos o que tínhamos de fazer?”, ripostou.