Já sem conseguir chegar à conquista da Premier League, já eliminado da Liga dos Campeões, depois de ter perdido a final da Taça da Liga para o Liverpool, o Chelsea chegava às meias-finais da Taça de Inglaterra com a ideia clara de que era a última oportunidade de ainda disputar um troféu até ao final da temporada. Uma temporada que, para os blues e depois de Roman Abramovich ter anunciado a intenção de vender o clube na sequência da invasão da Ucrânia por parte da Rússia, foi para lá de atípica.

E Thomas Tuchel, ciente de que vai servir como elo de ligação entre a atual liderança do Chelsea e a próxima, já começou o processo de preparar os futuros donos — principalmente no que diz respeito à formação londrina. “Não posso forçar ninguém a fazer aquilo que, no meu ponto de vista, é necessário. A academia do Chelsea é uma grande parte deste clube e é um investimento enorme do Roman Abramovich, tanto aqui como na equipa feminina. O Chelsea é muito mais do que a equipa principal, por isso só posso esperar que qualquer pessoa que venha liderar o clube veja isso e faça as mesmas coisas. É necessário muito investimento mas, na minha opinião, vale a pena. E acho que esta direção vai dizer isso mesmo a qualquer pessoa que decida comprar o clube”, explicou o treinador alemão, oferecendo os exemplos de Mason Mount, Reece James e Ruben Loftus-Cheek, três jogadores da formação que estão atualmente na equipa principal.

Ora, este domingo, o Chelsea defrontava o Crystal Palace em Wembley e procurava carimbar a presença na final da Taça de Inglaterra — já a saber que o adversário seria o Liverpool, que eliminou o Manchester City na outra meia-final. Menos de uma semana depois da vitória frente ao Real Madrid que não chegou para seguir para as meias-finais da Liga dos Campeões, Tuchel deixava Thiago Silva, Kanté, Pulisic e Ziyech no banco e lançava Jorginho e Kovacic no meio-campo e Werner no ataque. Do outro lado, Patrick Vieira não contava com Conor Gallagher, jovem médio que tem estado em evidência no Crystal Palace mas que não podia jogar por estar emprestado pelo Chelsea.

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A primeira parte não teve golos e só contou com uma verdadeira oportunidade de golo — e para o Crystal Palace, com Anderson a ficar muito perto de abrir o marcador (26′). Pelo meio, Thomas Tuchel ainda foi forçado a fazer a primeira substituição devido a uma lesão de Kovacic, lançando Loftus-Cheek. O destino, porém, ditou que seria o internacional inglês a fazer o primeiro golo do jogo: já na segunda parte e já depois da hora de jogo, o médio aproveitou uma bola solta à entrada da grande área para atirar de primeira e bater Butland, aproveitando ainda um desvio num defesa adversário (65′). Loftus-Cheek, que não marcava há três anos, deixava assim o Chelsea com pé e meio na final da Taça de Inglaterra.

Vieira respondeu com a entrada de Benteke e Olise mas acabaram por ser os blues a aumentar a vantagem a cerca de um quarto de hora do apito final, com Mason Mount a aparecer na cara do guarda-redes depois de uma assistência de Werner (76′). Lukaku, Kanté, Ziyech e Thiago Silva ainda entraram mas o resultado não voltou a alterar-se: o Chelsea venceu o Crystal Palace e vai defrontar o Liverpool na final da Taça de Inglaterra, indo atrás da conquista de um título que não vence desde 2017/18 e onde foi finalista vencido nas últimas duas épocas. Thomas Tuchel lembrou que a formação é um dos pilares dos blues — e Loftus-Cheek e Mount mostraram isso mesmo em campo.