A mãe de um marinheiro que estaria a bordo do navio de guerra Moskva contou ao jornal russo independente Novaya Gazeta Europe que recebeu um telefonema do filho a dizer que o navio tinha sido atingido por mísseis.

“Ele ligou-me e estava a chorar devido ao que tinha visto. Foi aterrorizador”, disse, frisando que o filho não quis contar detalhes pela violência do que tinha vivido. De acordo com o jornal, citado pela BBC, terão morrido 40 marinheiros, o número de feridos é ainda indeterminado e há vários desaparecidos.

No Twitter estão a ser divulgadas aquelas que podem ser as primeiras fotos do navio-almirante da frota russa no Mar Negro, o Moskva, antes de se ter afundado devido ao ataque reivindicado pelas tropas ucranianas (e que a Rússia não tem a mesma versão).

O correspondente do The Guardian em Moscovo, Andrew Roth, partilhou a fotografia que está a ser divulgada como podendo ser a primeira imagem após o ataque, apesar de revelar que não é possível comprovar, para já, a veracidade da mesma.

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O jornalista partilha a informação a partir da conta do Twitter OSINTtechnical, que costuma divulgar algumas informações dos serviços secretos e que, apesar de referir que não poderia confirmar a autenticidade da imagem, refere que se trata de um navio igual ao Moskva. “Não creio que nenhum deles tenha sido destruído desta maneira”, escreveu.

A história sobre o fim do navio-almirante da frota russa no Mar Negro, o Moskva, tem várias versões. A Ucrânia alega que não houve sobreviventes. Os EUA admitem que alguns marinheiros russos — apenas alguns — terão escapado, não se sabendo quantos. A Rússia, que tem desvalorizado o tema, assegura que os tripulantes escaparam.

O grande mistério do Mar Negro: afinal, o que aconteceu aos tripulantes do Moskva? Morreram ou sobreviveram?

Até se ter afundado, o Moskva, construído na era soviética, comandava a poderosa Frota do Mar Negro e era considerado um dos principais ativos militares da Rússia. O seu afundamento está, por isso, a ser apelidado pelas forças ocidentais, nomeadamente dos EUA, como um símbolo de “humilhação” para Moscovo — e, especificamente, para Putin. Certo é que a Rússia se tem escusado a dar muitos detalhes sobre o incidente. E quando o faz é para dizer que não foi tão grave quanto diz o Ocidente.

As versões divergem radicalmente. Kiev tem alegado que o navio se afundou porque foi atingido por mísseis ucranianos, enquanto a Rússia diz que foi um incêndio — não ligado às forças da Ucrânia — a danificar gravemente a estrutura, o que, conjugado com o mar agitado, acabou por afundar o navio quando estava a ser rebocado. Além de não serem claras as circunstâncias do incidente, não é também certo o que aconteceu aos tripulantes.