Tem um total de sete Campeonatos mas o último que ganhou foi em 2008. Leva seis Taças de Portugal, três desde 2011. Ganhou três Taças da Liga. Somou nove Supertaças, a última em 2018 que foi o derradeiro troféu da modalidade. O andebol do Benfica procura há muito um caminho para fintar aquela que tem sido uma hegemonia do FC Porto de quando em vez interrompida pelo Sporting. Ainda há a Taça de Portugal mas, mais uma vez, apesar daquele triunfo caseiro com os azuis e brancos, o Campeonato tornou-se uma miragem. No entanto, os encarnados conseguiram abrir um outro caminho e pela via europeia.

Mais uma eliminatória, mais uma página histórica: Benfica empata na Eslovénia e está na Final Four da Taça EHF

Tudo começou com duas fases a eliminar e triunfos a duas mãos com os suíços do HC Kriens-Luzern e com os alemães do Rhein-Neckar Löwen, a que se seguiu um segundo lugar na parte seguinte e num grupo com GOG Handbol, Nantes, TBV Lemgo, Cocks e Chekhovskiye Medvedi e a vitória nos oitavos com os franceses do Toulouse com um triunfo por 36-30 em casa depois do desaire forasteiro por 38-34. Seguiram-se os eslovenos do Gorenje Velenje, com esse aviso do 29-22 como visitado frente ao Nimes que foi um passo gigante para a surpreendente eliminação dos gauleses, e nova passagem com 36-29 na Luz e 27-27 fora.

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O ABC tinha sido a primeira formação nacional a chegar às meias-finais da competição em 2000, o FC Porto também alcançou esse patamar em 2019. Nem um nem outro ganharam. Esse era o desafio agora do Benfica, que jogava “em casa” com a organização da Final Four no Altice Arena. E o primeiro obstáculo eram os polacos do Wisla Plock, formação com algumas baixas mas com mais experiência europeia.

“É uma equipa muito potente, que jogou nesta semana na Liga polaca contra o Kielce [empate 20-20, derrota por 3-5 no desempate por livres de sete metros], uma das equipas que estão na Final Four da Liga dos Campeões. Conhecemos o potencial desta equipa, tem muitos jogadores internacionais, que jogaram este tipo de Final Four muitas vezes, com muita experiência. Mas nós temos outras virtudes, como jogar em casa perante os nossos adeptos. Temos a vontade de ganhar e essa fome é que nos torna perigosos, capazes de ganhar a estas equipas fortes”, comentara Chema Rodríguez, treinador dos encarnados, que dava um favoritismo de 51%-49% no duelo das meias. “Chegar a uma Final Four no meu segundo ano no Benfica é algo histórico mas podemos conseguir algo mais”, acrescentara o técnico espanhol do Benfica.

E se Chema Rodríguez falava em 51, o encontro foi aumentando e de que maneira essa percentagem. Pelo trabalho da defesa, pelas exibições dos guarda-redes, pela péssima eficácia dos polacos, pelas vantagens numéricas, pelo ambiente criado pelos adeptos. E foi tudo isso que levou a uma vitória categórica frente ao Wisla Plock, abrindo caminho a mais história e a uma final este domingo com o Magdeburgo, equipa alemã mais batida nas provas europeias que batera antes os croatas do Nexe por 34-29.

O jogo teve um arranque atípico, com apenas três golos nos oito minutos iniciais e dois na conversão de livres de sete metros (2-1). Sergey Hernández estava gigante na baliza dos encarnados, as defesas estavam a superar os ataques e o Benfica aproveitou um período de total eclipse na frente do Wisla Plock para chegar a uma vantagem de quatro golos depois de ter deixado o adversário em branco durante quase dez minutos (6-2). Só mesmo na parte final houve algo mais parecido com o que é normal num jogo de andebol, com os polacos a conseguirem chegar a apenas um golo de desvantagem antes de aparecer Lazar Kukic a brilhar na primeira linha para deixar os encarnados na frente ao intervalo por 10-8 num avanço que, se tivesse sido capitalizado de outra forma no pior período do adversário, valeria um outro conforto no jogo.

Podia mas nem seria necessário: quando se pensava que o Wisla Plock poderia surgir de forma diferente no segundo tempo para voltar a reentrar, foi o Benfica mais uma vez a entrar melhor, a secar a equipa polaca no plano ofensivo e a ganhar vantagens que permitiram depois gerir o encontro de forma confortável até ao 26-19 final que carimbou a presença no encontro decisivo diante do Magdeburgo.

Em atualização