O secretário-geral da NATO avisou numa entrevista publicada este domingo no diário alemão Bild que a guerra na Ucrânia pode durar anos, na qual exortou os países ocidentais a manterem o seu apoio a Kiev.

“Temos de estar preparados para que isto dure anos”, disse Jens Stoltenberg. “Não devemos enfraquecer o nosso apoio à Ucrânia, mesmo que os custos sejam elevados, não só em termos de apoio militar, mas também devido ao aumento dos preços da energia e dos alimentos, acrescentou. Estes custos não são nada em comparação com o que os ucranianos pagam todos os dias na linha da frente, disse o líder Organização do Tratado do Atlântico Norte.

As declarações do secretário-geral da NATO vem juntar-se ao alerta deixado na véspera pelo primeiro-ministro britânico. De regresso de uma visita à capital ucraniana, Boris Johnson também alertou para o efeito da “fadiga de guerra” que poderá causar alheamento progressivo das pessoas em todo o mundo face ao conflito que já dura há 116 dias e sem fim à vista.

“Os ucranianos estão a sofrer terrivelmente no leste do seu país”, disse Boris Johnson que acusa Putin de “continuar a cometer atrocidades terríveis”. Deixa um apelo a que se mostre o apoio à Ucrânia “no longo prazo”, para combater a tal “fadiga.

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Por outro lado, Stoltenberg deixou um aviso, caso o Presidente russo, Vladimir Putin, atingisse os seus objetivos na Ucrânia, como fez com a anexação da Crimeia em 2014: “teríamos de pagar um preço ainda maior”. Neste contexto, exortou os países da aliança a continuarem a entregar armas a Kiev.

“Com armas modernas adicionais, a probabilidade de a Ucrânia conseguir empurrar as tropas de Putin para fora de Donbass iria aumentariam”, sustentou. Esta região da leste da Ucrânia está agora parcialmente sob o controlo de soldados russos.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que mereceu a condenação de grande parte da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição de sanções à Rússia.