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Finlândia e Suécia receberam "luz verde" de Erdogan para entrar na NATO. Mas no que tiveram de ceder?

Este artigo tem mais de 1 ano

Memorando define fim do embargo à venda de armas entre Suécia, Finlândia e Turquia e que países nórdicos deixarão de apoiar PKK, considerado "terrorista" por Ancara. Convite formalizado esta quarta.

Líderes de Turquia, Suécia e Finlândia, juntamente com o Secretário-Geral da NATO, celebram a assinatura do memorando de entendimento que abre a porta à entrada dos dois países nórdicos na Aliança Atlântica
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Líderes de Turquia, Suécia e Finlândia, juntamente com o Secretário-Geral da NATO, celebram a assinatura do memorando de entendimento que abre a porta à entrada dos dois países nórdicos na Aliança Atlântica

Anadolu Agency via Getty Images

Líderes de Turquia, Suécia e Finlândia, juntamente com o Secretário-Geral da NATO, celebram a assinatura do memorando de entendimento que abre a porta à entrada dos dois países nórdicos na Aliança Atlântica

Anadolu Agency via Getty Images

A Finlândia e a Suécia estão mais próximas da NATO. Pelas 19h20, o mundo viu os líderes destes dois países nórdicos, juntamente com Recep Tayyip Erdogan — o Presidente da Turquia, país que mostrou resistência às negociações para a entrada daquelas duas nações na NATO — a assinar um memorando de entendimento. Tal significava que Ancara tinha retirado o seu veto à entrada da Finlândia e da Suécia na Aliança Atlântica.

Turkiye, Sweden, Finland sign memorandum on Nordic countries' NATO bids

A assinatura do memorando de entendimento

Anadolu Agency via Getty Images

Minutos depois, o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, anunciou oficialmente sobre o memorando assinado entre Turquia, Finlândia e a Suécia que dá “luz verde” à entrada das duas nações nórdicas na organização militar.

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Acabámos agora uma reunião muito construtiva com o Presidente [da Turquia, Recep Tayyip] Erdogan, o Presidente [da Finlândia, Sauli] Niinisto, e a primeira-ministra [da Suécia, Magdalena] Andersson, e tenho o prazer de anunciar que chegamos a um acordo que prepara o caminho para que a Suécia e a Finlândia adiram à NATO”.

O memorando assinado aborda as preocupações da Turquia, “incluindo em torno da exportação de armas e da luta contra o terrorismo”, prosseguiu Stoltenberg, referindo ainda:

Nenhum aliado sofreu mais com o terrorismo do que a Turquia, incluindo do grupo PKK [Partido dos Trabalhadores do Curdistão].”

As negociações tiveram um “caráter construtivo”, disse ainda, provando que a política de “porta aberta” da Aliança Atlântica “tem sido um sucesso”. “A Finlândia e a Suécia tornarão a NATO mais forte”, reforçou. A formalização do convite à Finlândia e Suécia irá acontecer esta quarta-feira.

Fim das atividades do PKK e o levantamento do embargo na venda de armas à Turquia. As exigências à Suécia e à Finlândia para a entrada na NATO

Levantamento do embargo na venda de armas à Turquia, acordo em relação aos processos de extradição pendentes de “suspeitos de terrorismo” de organizações pró-curdas — não sendo claro o que acontecerá a estas organizações — e disponibilidade para “investigar e interditar” o financiamento e atividades de recrutamento do PKK. O documento trilateral confirma que as nações nórdicas cederam mesmo às exigências de Erdogan.

Turquia, Finlândia e Suécia confirmam que agora não existem qualquer embargo à venda de armas entre eles. A Suécia está a alterar o quadro regulador para permitir a exportação de armas em relação aos aliados da NATO”, lê-se no documento tornado público.

Helsínquia e Estocolmo comprometeram-se a “estender o seu completo apoio à Turquia contra todas as ameaças à sua segurança nacional”, especificamente às consideradas Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG/PYD), assim como a “rejeitar e condenar o terrorismo em todas as forças e manifestações”.

A criação de um mecanismo de cooperação para o contraterrorismo é um dos múltiplos “passos concretos” no trabalho que decorrerá entre os três países. É “com determinação e firmeza” que os governos sueco e finlandês irão alterar os seus quadros legais para promover a luta contra o terrorismo.

Suécia congratula-se com “bom acordo” com Turquia

A primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, considerou “um bom acordo” o memorando que desbloqueou o veto turco à adesão da Suécia e da Finlândia à NATO e disse ser “difícil saber o que convenceu” a Turquia. “É difícil saber o que convenceu a Turquia a aceitá-lo, mas no conjunto é um bom acordo“, afirmou a chefe do Governo sueco, citada pela agência de notícias espanhola EFE.

Vincando que a reunião decorrida em Madrid foi “muito longa”, Magdalena Andersson explicou que Estocolmo e Helsínquia falaram sobre as reformas nas respetivas legislações antiterrorismo que fizeram nos últimos anos.

Swedish And Finnish Prime Ministers Join German Government Retreat

"É difícil saber o que convenceu a Turquia a aceitá-lo, mas no conjunto é um bom acordo", disse Magdalena Andersson

Getty Images

“Falámos também sobre qual vai ser o contributo da Suécia para a NATO. Foi também por isso que houve entusiasmo por parte dos países da Aliança com a nossa entrada [na NATO]. A Suécia e a Finlândia vão contribuir para a segurança da NATO“, reiterou.

Segundo a ministra do Negócios Estrangeiros da Suécia, Ann Linde, citada igualmente pela EFE, as negociações finais para a adesão dos dois países à NATO decorrerão na próxima semana em Bruxelas.

A Turquia anunciou um bloqueio das candidaturas sueca e finlandesa em meados de maio e decorreram negociações desde então para tentar ultrapassar o veto turco.

Finlândia e Suécia entregam candidaturas de adesão à NATO em dia “histórico”

Reunião para chegar a acordo foi “exaustiva”

A adesão da Finlândia à NATO “é iminente” e os “passos concretos” para se concretizar serão acordados durante os próximos dois dias, na cimeira da organização militar que está a decorrer em Madrid até sexta-feira, avançou o Presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, em comunicado.

President Trump Hosts The President Of Finland At The White House

O Presidente da Finlândia, Sauli Niinistö

Getty Images

A reunião com o homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, e com a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, mediada por Stoltenberg, foi “exaustiva”. O resultado? Um memorando assinado pelos três países, no qual Ancara confirma o seu apoio ao “o convite da Finlândia e da Suécia para se tornarem membros da NATO”.

O nosso memorando conjunto sublinha o compromisso da Finlândia, da Suécia e de Turquia em alargar o seu total apoio contra ameaças à segurança uns dos outros. Tornarmo-nos Aliados da NATO irá reforçar ainda mais este compromisso.”

Erdogan obteve “plena cooperação” de Finlândia e Suécia contra o PKK

O Presidente turco Recep Tayyip Erdogan obteve a “plena cooperação” da Finlândia e da Suécia contra os combatentes curdos do PKK e aliados e deu o seu acordo à entrada na NATO dos dois países nórdicos. Esta informação consta do comunicado da presidência turca, que foi divulgado após mais de três horas de discussão na capital espanhola com os líderes dos três países, na presença do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

Os dois Estados escandinavos têm manifestado desde há vários anos apoio às Unidades de Proteção Popular (YPG), a formação armada dos curdos sírios e principal componente das Forças Democráticas Sírias (HSD) — que Ancara acusa de ligações diretas ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado “organização terrorista” pela Turquia, União Europeia e EUA na sequência da rebelião armada curda no sudeste turco, iniciada em 1984.

G20 Rome Summit - Day 2

Recep Tayyip Erdogan obteve a "plena cooperação" da Finlândia e da Suécia contra os combatentes curdos do PKK e aliados

Getty Images

A Suécia também possui uma importante comunidade curda e mantém tradicionais ligações políticas com esta corrente, mais intensas que a vizinha Finlândia. A Turquia censura Estocolmo por continuar a receber representantes da administração autónoma curda do nordeste da Síria e comandantes militares.

Marcelo Rebelo de Sousa saúda decisão da Turquia “num momento crucial”

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou a decisão da Turquia de levantar o seu veto à adesão da Finlândia e da Suécia à Aliança Atlântica, considerando que, “num momento crucial, decidiu pela NATO”.

Eu sempre tive a noção de que na hora da verdade era possível chegar a uma conclusão que fosse positiva. A Turquia tinha mais a ganhar do que a perder relativamente a esta matéria”, declarou o chefe de Estado aos jornalistas, no Palácio da Cidadela de Cascais, no distrito de Lisboa. “É muito importante para a NATO e é um enriquecimento muito grande e mostra que a Turquia, num momento crucial, decidiu pela NATO.”

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fala aos jornalistas após a reunião do Conselho de Estado, que contou com a presença do enviado dos Estados Unidos à Ocean Summit, John Kerry (ausente da foto), na Cidadela de Cascais, em Cascais, 28 de junho de 2022. JOSE SENA GOULAO/LUSA

"A Turquia tinha mais a ganhar do que a perder relativamente a esta matéria”, considerou Marcelo Rebelo de Sousa

JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Marcelo Rebelo de Sousa falava no fim de uma reunião do Conselho de Estado que contou com a participação, como convidado, de John Kerry, enviado especial do Presidente dos Estados Unidos da América para o clima.

Conselho de Estado reúne-se com John Kerry como convidado

Memorando coletivo é um “passo crucial” para “reforçar a segurança coletiva”, considera Joe Biden

O Presidente norte-americano congratulou a Finlândia, Suécia e Turquia pelo acordo que abre caminho à entrada dos dois países nórdicos na NATO. Numa mensagem no Twitter, Joe Biden destacou a importância do memorando: um movimento “crucial” que “vai fortalecer a nossa aliança e reforçar a segurança coletiva”.

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