A NATO considerou a Rússia como a “ameaça mais significativa e direta” à Aliança Atlântica. Em relação à China, a organização não tem ainda uma posição oficial, mas os Estados-membros reconhecem que o país “desafia os interesses, segurança e valores” da aliança, disse o secretário-geral, Jens Stoltenberg, durante a conferência de imprensa na cimeira de Madrid.

Stoltenberg já tinha expressado à entrada do evento que o “novo conceito estratégico” da NATO, que procura acompanhar as recentes mudanças na geopolítica mundial, ia definir de “forma clara” a Rússia como “uma ameaça”.

“Vamos dizer de forma clara que a Rússia representa uma ameaça direta à nossa segurança”, declarou Stoltenberg, indicando dessa forma que o posicionamento da NATO se vai alterar pela primeira vez desde 2010, quando foi aprovado o último conceito estratégico.

Também primeiro-ministro de Espanha tinha explicado em entrevista à rádio espanhola Cadena SER que a Rússia ia deixar de ser identificada como um  “parceiro estratégico”, passando a ser definida como a “principal ameaça”. “Há alguns anos, a Rússia era um parceiro estratégico e hoje será considerada a principal ameaça”, declarou Pedro Sánchez.

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Falando com os jornalistas à entrada da cimeira, o secretário-geral descreveu o encontro desta quarta-feira como “uma cimeira história e transformativa”, que quer responder à “maior crise de segurança” no ocidente “desde a Segunda Guerra Mundial”, nomeadamente com o destacamento de mais tropas para as fronteiras da NATO no leste da Europa, naquele que é “o maior investimento desde a Guerra Fria”.

O reforço de tropas deverá acontecer no próximo ano. Stoltenberg explicou que “estas forças serão pagas e organizadas” pelos diferentes membros da Aliança Atlântica, que serão responsáveis pelo seu treino e por garantir que tenho tudo o que necessitam para atuar nos respetivos territórios.

Relativamente à adesão da Suécia e Finlândia, que poderá ser finalmente alcançada depois do acordo com a Turquia, o secretário-geral afirmou que a NATO vai trabalhar para que o processo seja concluído o mais rapidamente possível. Nesta altura, não é ainda possível avançar com datas mais específicas. “É bom para todos os envolvidos”, considerou Stoltenberg, que adiantou que a cimeira servirá também para discutir o pacote de ajuda à Ucrânia.

Também a China, aliada de longa data da Rússia, representa uma preocupação para a Aliança Atlântica. “A China não é um adversário, mas temos de ter em conta as consequências para a segurança numa altura em que vai investir em armas nucleares”, afirmou Stoltenberg.

(Artigo atualizado às 15h24)