O Presidente da Indonésia, Joko Widodo, reuniu-se, esta quinta-feira, com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, em Moscovo. O chefe de Estado indonésio apelou à paz e quer que guerra na Ucrânia “termine brevemente”, salientando que — “apesar da situação externa ser difícil” — é “importante manter os canais do diálogo aberto”.

Cerca de 24 horas depois de ter estado em Kiev, Joko Widodo anunciou “ter entregado uma mensagem”, cujos detalhes ainda não são conhecidos, do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ao chefe de Estado russo. “Transmiti a mensagem do Presidente Zelensky ao Presidente Putin e manifestei a minha disposição em estabelecer um canal de comunicação entre os dois líderes”, declarou, apelando aos “líderes mundiais para reavivarem o espírito de cooperação”. 

Por sua vez, Vladimir Putin recusou que a Rússia esteja a bloquear a exportação de cereais dos portos da Ucrânia. “Nós não impedimos a exportação dos grãos ucranianos”, assegurou, acusando as tropas ucranianas de “minaram as proximidades dos seus portos”. “Ninguém os impede de limpar essas minas”, garantiu o Presidente russo, acrescentando que isso permitiria transportar os cereais com “segurança”.

O líder russo desvalorizou também a importância da Ucrânia no mercado alimentar, indicando que há apenas cinco milhões de toneladas de trigo no país (0,5% do total mundial), quantidade que diz “não afetar de maneira nenhuma o mercado global”.

Vladimir Putin aproveitou, no encontro com Joko Widodo, para criticar o Ocidente. “Sempre sinalizámos que o desequilíbrio dos mercados de alimentos é uma consequência direta de muitos anos de políticas irresponsáveis de vários países”, explicou o Presidente russo, sublinhando que “a pandemia de Covid-19” piorou o cenário.

“Contudo, o Ocidente, ao não querer admitir as falácias dos seus problemas económicos, estão a desestabilizar ainda mais a produção agrícola global“, disse Vladimir Putin ao seu homólogo indonésio, acrescentando que os países ocidentais decidiram “impor restrições à exportação de fertilizantes russos e bielorrussos”, o que veio ainda mais agravar a situação.

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