Com o Governo e o país em estado de alerta para a subida das temperaturas e risco de incêndio, André Ventura pega no tema e abre as primeiras jornadas parlamentares do partido a pedir que os incendiários sejam “considerados terroristas”. E antes do arranque dos trabalhos propriamente ditos das jornadas parlamentares, Ventura promete ainda apresentar um projeto de revisão constitucional “no primeiro dia da próxima sessão legislativa”.

Ciente que a revisão constitucional está chumbada à partida — uma vez que existe maioria absoluta do PS –, André Ventura não esconde o objetivo: “Se o PS quiser impedi-la que fiquem sozinhos, que a direita não continue a passar pelas vergonhas que tem passado com PSD e IL“. Isto é, à semelhança do que fez na semana passada com a moção de censura, esta será apenas mais uma oportunidade para pressionar os outros partidos do espaço não-socialista  (a IL e, em especial, a nova liderança do PSD).

O PSD prometeu que faria. O Chega dará entrada já em setembro. Não sei sobre Luís Montenegro, mas espero que tenha uma vez na vida a coragem de deixar de lado as balelas e conversa fiada e dizer que está verdadeiramente ao lado dos que querem derrubar o socialismo. Para o PSD e Iniciativa Liberal não há segundas oportunidades”, atirou o líder do Chega.

Segundo Ventura o projeto de revisão constitucional irá “tocar naquilo que o sistema não quer” que o Chega toque: “Prisão perpétua para criminosos graves; menos deputados, menos titulares de cargos políticos; incompatibilidade entre cargos políticos e públicos;  uma Constituição que se preocupe com os jovens e não apenas com aqueles que já têm trabalho; que se preocupe com o futuro e a defesa nacional; uma Constituição moderna para o futuro e real para os portugueses”; “uma Constituição que não seja dos socialistas nem comunistas, mas de um país que quer ser moderno, rico e próspero.”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Sobre a equiparação dos incendiários a terroristas, André Ventura diz que a taxa de “20% de reincidentes” no crime de incêndio florestal deviam “fazer pensar”. “Não podemos continuar a ter pena suspensa, complacência. Como se não tivéssemos aprendido nada com Pedrógão Grande. Aprendemos.”

Para o Chega, “não restam dúvidas de que quem incendeia e destrói deve ser um terrorista e não criminoso normal”. “Deve passar o resto das vidas atrás das grades”, frisou o líder do partido que garante que a proposta irá novamente dar entrada na Assembleia da República “quer Santos Silva queira, quer não queira”.

O Presidente da Assembleia da República foi, aliás, um dos nomes mais criticados pelo líder do Chega que se queixou do “bloqueio sistemático na Assembleia da República”.

“Augusto Santos Silva sente que pode bloquear todas as nossas propostas como a da prisão perpétua, apesar de existir na maioria dos países europeus. Augusto Santos Silva tem medo de ir ao confronto. O Chega nasceu da falta de alguém na Assembleia da República que fizesse esse confronto”, diz Ventura notando que o Presidente da AR “pode vetar 1, 2, 3, 4 vezes” que ainda assim o Chega “sabe que continuará a ter a razão do seu lado”.