Quase 300 migrantes foram devolvidos à Líbia numa semana, elevando o total para 10.200 este ano, apesar de este ser considerado um país “inseguro”, revelou esta terça-feira a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Esta Organização Não Governamental (ONG) registou entre 3 e 9 de julho o retorno de 299 migrantes, 16 destes menores, que foram intercetados ou resgatados na costa líbia na rota para a Europa pelo Mediterrâneo central.

A Médicos Sem Fronteiras (MSF) pediu recentemente para facilitar a retirada da população migrante na Líbia, estimada em cerca de 600.000 pessoas, que vivem expostas à exploração, tráfico e violência por traficantes e milícias.

Desde o início do ano, 175 migrantes morreram e 634 desapareceram nesta rota migratória, a mais mortífera das conhecidas que os migrantes utilizam em barcos precários, fretados por máfias que lucram na Tunísia e no oeste da Líbia.

Várias organizações, como a Amnistia Internacional, denunciaram o perigo de devolver os resgatados ou intercetados à Líbia, pois carecem de proteção física e jurídica, quer dentro, quer fora dos centros de detenção.

A MSF pediu à União Europeia e às Nações Unidas que “revisem urgentemente — e, se necessário, suspendam — os atuais acordos de cooperação com as autoridades líbias” e acabem com o sistema de “retornos forçados” desde águas internacionais.

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