A onda de calor que se vive já provocou, no Reino Unido, o dia mais quente da História do país (esta terça-feira) — e está a exigir medidas extremas para proteger estruturas históricas também. A ponte Hammersmith, construída na era vitoriana, foi mesmo envolta, nos últimos dias, em enormes pedaços de uma película protetora de papel de alumínio, dadas as preocupações com as rachas na ponte.

A ponte, uma das que foram construídas sobre o Tamisa, neste caso em 1887, já estava em más condições e desde 2020 servia apenas para peões e bicicletas, enquanto decorriam trabalhos de reparação, no valor de 140 mil libras (164 mil euros). No entanto, o calor extremo veio trazer um fator de preocupação adicional, contam vários jornais internacionais.

Por isso mesmo, como mostram algumas fotografias, a Hammersmith tem agora vários troços cobertos por papel de alumínio, com o objetivo de evitar que as rachas na ponte aumentem de tamanho por causa do calor e prejudiquem a estabilidade da estrutura.

Desde 2020 que já existia, de resto, um sistema de controlo de temperatura que custou cerca de 420 mil libras (ou 492 mil euros) para manter o metal frio.

Como explica o conselho municipal de Fulham (responsável pela ponte), citado pelo New York Times, uma espécie de “ar condicionado gigante” colocado nas correntes que ligam as várias partes da ponte. Essas têm de se manter a temperaturas relativamente baixas — e se atingiram os 18 graus, a ponte terá de ser fechada, segundo as autoridades de Fulham.

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Durante a noite, para conter os potenciais danos de uma onda de calor ainda maior do que se esperava, os engenheiros têm estado a colocar os pedaços de papel de alumínio para que reflitam a luz em vez de aquecerem a ponte.

“A segurança do público é a nossa primeira prioridade”, diz Sebastian Springer, o engenheiro responsável pelo projeto, citado pela BBC. “O sistema de controlo de temperatura permite-nos seguir picos de temperatura e mantê-la constante. Agora que estamos a lidar com calor extremo, estamos a arranjar soluções inovadoras para manter a temperatura no padrão”.

Segundo o site do Governo, já há “microfraturas” detectadas na ponte há muito, sendo que algumas poderão mesmo remontar à própria construção da ponte e ser defeitos de fabrico. “Dado o mau estado da ponte”, diz o executivo britânico”, é mesmo usado um sistema de monitorização acústico para seguir a evolução do materia. Em agosto de 2020 percebeu-se, usando este sistema, que uma das 13 rachas conhecidas tinha crescido, e por isso ficou decidido nessa altura o fecho do ponte ao trânsito.