O empresário luso-moçambicano Ebraim Seedat, raptado na sua residência na cidade de Chimoio, província de Manica, no centro de Moçambique, regressou esta terça-feira a casa após três semanas em cativeiro, disse à Lusa fonte policial.

Ebraim Seedat, 60 anos, foi raptado a 7 de julho por um grupo de três homens armados na entrada da sua residência, na rua da Zâmbia, numa zona nobre da cidade de Chimoio, e reapareceu no início da manhã desta terça-feira, explicou Mateus Mindu, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM).

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O empresário regressou ao convívio familiar na manhã desta terça-feira e goza de boa saúde”, precisou Mateus Mindu, sem avançar mais detalhes sobre as circunstâncias do seu reaparecimento.

“Várias informações continuam sigilosas e daremos pormenores oportunamente“, acrescentou.

Em declarações à Lusa, um empregado doméstico da residência da vítima contou que o empresário “estava pálido” e “visivelmente traumatizado”.

Algumas cidades moçambicanas, principalmente as capitais provinciais, voltaram a ser afetadas desde 2020 por uma onda de raptos, visando principalmente empresários ou seus familiares, sobretudo de origem asiática.

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Na semana passada três pessoas foram detidas, entre as quais dois agentes da polícia e um guarda prisional, em conexão com a tentativa do rapto do filho de um conhecido empresário na cidade de Chimoio, confirmou na ocasião à Lusa Amed Bolacho, porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) em Manica.

Só em Chimoio, trata-se do sexto caso de rapto nos últimos três anos e meio, sendo que as vítimas têm regressado à casa sem intervenção policial e após o pagamento de resgates na maioria dos casos.

Numa avaliação sobre a criminalidade, apresentada no início do mês de maio, a procuradora-geral da República de Moçambique referiu que os crimes de rapto têm vindo a aumentar e os grupos criminosos têm ramificações transfronteiriças, mantendo células em países como África do Sul.

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De acordo com Beatriz Buchili, foram registados 14 processos-crime por rapto em 2021, contra 18 em 2020, mas há outros casos que escapam à contabilidade oficial, sendo que na maioria o desfecho é desconhecido.

Em novembro de 2021, a Polícia da República de Moçambique lançou a formação de uma força mista para responder a este tipo de crime, um grupo de oficiais que vão ser capacitados por especialistas ruandeses.