A quantidade de gás que chega da Rússia à Europa tem vindo a diminuir desde que começou a guerra em território ucraniano e chega agora a hipótese de que Moscovo poderá estar a queimar esse excedente de gás.

As imagens do satélite que monitoriza os incêndios da NASA, avança a estação finlandesa Yle, mostram que todos os dias, desde 17 de junho, se têm registado chamas na estação de compressão Portovaya — que é gerida pela empresa russa Gazprom e é também responsável pelo transporte de gás de um local para outro. O dia 17 de junho é, aliás, um marco, uma vez que foi a partir desta data que foi reduzida a entrega de gás à Alemanha, através do gasoduto Nord Stream 1.

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De acordo com a imprensa finlandesa, foram avistadas nuvens de fumo a partir da Finlândia, que estarão associadas à queima de gás que deveria chegar à Europa. Neste momento, está a chegar cerca de 20% da quantidade de gás que era transportado antes do início da guerra e a Finlândia não recebe gás russo desde maio, na sequência das sanções impostas à Rússia. As estações de compressão poderão estar então a atingir o seu limite de capacidade e as chamas registadas pelas imagens de satélite podem estar relacionadas com a queima de gás.

Para explicar a situação, Olga Vaisanen, responsável pela comunicação da energética finlandesa Gasum, indicou que a queima de gás pode acontecer quando existem problemas na produção, ou no transporte — o que pode ter acontecido com a estação de compressão Portovaya. Por exemplo,  é possível que seja necessário recorrer à queima de gás para manter a pressão nos respetivos tanques ou caso não seja possível entregar o gás ao cliente.

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A par das imagens de satélite da Nasa, German Galushchenko, ministro da Energia da Ucrânia, confirmou também esta opção da Rússia para contornar o excedente de gás. “Em vez de fazerem milhões de euros em abastecimento, os russos são forçados a queimar, simplesmente, o gás”, escreveu o ministro no Facebook. “É por isso que o ocidente deve manter o regime de sanções e intensificá-lo ainda mais”, acrescentou.