Não ficou propriamente tudo resolvido mas foi declarado uma espécie de período de tréguas entre todos os intervenientes. Na sequência de uma reunião entre João Paulo Correia, José Manuel Constantino (líder do Comité Olímpico de Portugal) e Jorge Fernandes, presidente da Federação de judo, o secretário de Estado para a Juventude e Desporto fez uma súmula dos principais pontos que ficaram do encontro numa altura de particular convulsão para a modalidade, traçando a resenha em três grandes ideias.
“Corresponder ao pedido formulado de que a participação em estágios internacionais assim como competições fora do país resultem do planeamento do processo de preparação olímpica organizado em conjunto entre a Federação Portuguesa de Judo, o treinador e o respetivo atleta”, “ajustar o valor pago a cada atleta para apoio à deslocação, de acordo com as tabelas oficiais da Administração Pública” e “proceder após os Campeonatos do Mundo a uma reavaliação do sistema de estágios nacionais ouvindo os respetivos treinadores e selecionadores nacionais” ficaram como as três principais medidas depois do encontro que antecedeu uma outra reunião apenas com os sete signatários da carta aberta, todos no projeto olímpico, contra a Federação e o seu presidente, João Paulo Correia e José Manuel Constantino.
Foi após esse último encontro que também Telma Monteiro, uma das judocas que assinaram a mesma missiva onde a Federação era acusada de atitudes opressivas e discriminatórias, clima tóxico e intimidação, comentou o teor da reunião sem deixar de admitir na mesma algum receio pelo futuro a curto prazo.
“Na reunião com o Sr. secretário de Estado João Paulo Correia e o presidente do Comité Olímpico Sr. José Manuel Constantino ficaram resolvidas algumas questões técnicas relativamente à nossa preparação, como por exemplo reformular o plano de atividades de acordo com as nossas melhores necessidades. Relativamente ao que tem sido o comportamento do presidente da Federação para com os atletas, foi-nos informado que a situação pode ser reportada ao IPDJ”, começou por dizer.
“Não esquecemos como fomos tratados, continuamos em tolerância zero com qualquer falta de respeito que possa continuar a acontecer. Deixámos claro que ‘receamos’ represálias, mas que fique também claro que iremos continuar a expor e reportar qualquer situação de falta de respeito e consideração, assim como caso não se verifique um cumprimento daquilo que ficou decidido nesta reunião, relativamente as questões técnicas. Queremos sempre o melhor para a comunidade do judo. Agradecemos a todos o apoio nesta fase! Continuamos juntos e vamos continuar a defender os valores do judo. Agradecemos a atenção dada pelo Sr. Presidente do Comité Olímpico e Sr. Secretario de Estado a esta situação com quem continuaremos em contacto”, acrescentou ainda a judoca de 36 anos.
