Uma mulher grávida de oito meses foi assassinada pelo marido no Barreiro, distrito de Setúbal, avançou o Correio da Manhã e confirmou o Observador junto de fontes da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Polícia Judiciária (PJ), que está agora com a investigação por estar em causa um crime de homicídio.
O suspeito de 31 anos e de nacionalidade cabo-verdiana foi detido esta quinta-feira no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, enquanto tentava fugir. A PJ ainda se encontrava a tomar conta da ocorrência, quando recebeu a informação de que o homem estaria a tentar embarcar num voo para sair do país, apurou o Observador junto de fontes policiais. De imediato, a PJ contactou a divisão da PSP no aeroporto que acabou por detê-lo “na zona das partidas”, informa esta força de segurança em comunicado. “O suspeito foi sujeito a revista, tendo sido apreendida uma faca“, lê-se.
Em comunicado enviado aos jornalistas, a PJ confirma a detenção de um indivíduo de 31 anos, que terá praticado um crime de homicídio com recurso a uma arma branca, na localidade do Barreiro. A vítima era a companheira e tinha 38 anos.
“O suspeito foi intercetado pela PSP, no aeroporto de Lisboa, na sequência de solicitação do Departamento de Investigação Criminal de Setúbal, após recolha de informação sobre eventual fuga para o estrangeiro“, confirmou a polícia de investigação.
O marido terá anunciado o crime na sua conta do Facebook, mas terá apagado a publicação momentos depois, avança o Correio da Manhã. Foi essa publicação que levou a família, na madrugada desta quinta-feira, a alertar a PSP para a possibilidade de a mulher ser assassinada. No entanto, as autoridades já não chegaram a tempo. No texto, escrito em crioulo e com muitos erros gramaticais que tornam a sua interpretação dúbia. Ainda assim, o homem refere que tem cancro e afirma que não era o pai do bebé. Depois acusa a vítima de estar a colocar comprimidos na sua comida e de ter “segundas intenções”.
Ninguém tem o direito de tirar vida a ninguém, mas ela agiu de má fé a partir do momento em que pôs algo na minha comida. O menino não merecia nada disto, é mesmo triste e lamentável”, lê-se.
Numa outra publicação feita na manhã desta quinta-feira e que ainda se encontra disponível, o suspeito fala de ameaças feitas à sua família em Cabo Verde. “Bom pessoal, apaguei o post porque ameaçaram a minha família em Cabo Verde“, lê-se.
A publicação feita pelo suspeito que ainda se encontra disponível
O homem vai ser ouvido esta sexta-feira por um juiz de instrução criminal no Tribunal do Barreiro. O suspeito terá a possibilidades de prestar ou não declarações sobre os factos pelos quais está indiciado. Depois, o magistrado irá decidir a medida de coação a aplicar — que, neste caso e dada a natureza do crime, pode passar pela prisão preventiva.
