Momentos após a divulgação dos resultados com mais de 97% dos votos contabilizados, Rui Falcão, secretário do bureau político do MPLA, manifestou-se “satisfeito” pela vitória nas eleições angolanas. “A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) acabou de confirmar a quinta vitória com maioria absoluta do MPLA para governar Angola nos próximos cinco anos”, afirmou, afirmando que tal ocorrerá num cenário “sem constrangimentos” políticos.

Num encontro com jornalistas, Rui Falcão, questionado sobre a diminuição no número de deputados (o MPLA passa de 150 para 124), garantiu que tal “não é significativo”. “São contingências da política, foi o veredicto popular. Vamos fazer uma análise e concluir onde é que errámos, onde fomos menos felizes.”

“O MPLA está absolutamente sereno. Foi uma campanha limpa, uma das melhores campanha que tivemos. Não tivemos problemas de maior”, disse Rui Falcão, acrescentando que a massa militar do MPLA está “tranquilo” face aos resultados eleitorais.

Queixas da UNITA? “Quem reclama tem de apresentar provas”

Rui Falcão desvalorizou as queixas da UNITA sobre possível fraude eleitoral nestas eleições. “Todos aqui sabemos que a UNITA, antes de iniciarmos a campanha, já dizia que ia haver fraude”, atirou. O secretário do MPLA não antevê que o maior partido da oposição possa mudar o “discurso”. “Nunca aprovou um orçamento geral do Estado”, exemplificou.

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“Quem reclama tem de apresentar provas”, atirou Rui Falcão, que explicou que o MPLA é um “jogador” e o CNE é o “árbitro” que tem “de dirimir dúvidas” sobre o processo eleitoral. “Nós vamos esperar tranquilamente”, rematou o secretário do bureau político do partido.

Angola. MPLA perde deputados face a 2017, mas mantém maioria absoluta

Com 97,03% dos votos apurados, o partido de João Lourenço é o mais votado com 51,7% dos votos, seguido pela UNITA com 44,05% — que deverá eleger 90 deputados. Os restantes partidos não foram além dos 2% na votação geral, mas, devido ao sistema eleitoral que combina uma lista nacional com uma lista provincial, tanto o PRS, a FNLA como o PHA acabaram por conseguir eleger dois deputados cada.