Dois jogos, duas goleadas, dois hat-tricks de Erling Haaland. As duas últimas jornadas da Premier League trouxeram dois resultados muito positivos para o Manchester City, contra Crystal Palace e Nottingham Forest, e trouxeram principalmente a conquista de uma ideia. Ao contrário do que chegou a ser antecipado, Haaland encaixava na filosofia de Guardiola e até encaixava muito bem — ao ponto de fazer seis golos em dois jogos.

Este sábado, o City entrava em campo já depois de o Tottenham ter derrotado o Fulham e de o Liverpool ter empatado com o Everton e ainda antes de o Arsenal ter essa deslocação complexa a Old Trafford para defrontar o Manchester United. Ou seja, precisava de continuar a vencer para não perder terreno para os spurs, para não arriscar perder ainda mais terreno para o Arsenal e para aproveitar o tropeção do Liverpool.

O obstáculo, longe do Etihad, era o Aston Villa. Um Aston Villa que vinha de três derrotas consecutivas mas que, no último dia do mercado, conseguiu segurar a referência Douglas Luiz, que esteve muito perto de reforçar o Arsenal. “Assim é mais perigoso ainda, preferia que estivessem melhor na classificação. É sempre difícil, amanhã vai ser ainda mais difícil. A qualidade está lá, o treinador tem qualidade e ainda acrescentaram o Dendoncker e o Bednarek no mercado… Só posso imaginar o quão difícil vai ser”, disse Guardiola na antevisão da partida.

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Assim, o treinador espanhol lançava Gündoğan, De Bruyne e Rodri no meio-campo, com Bernardo e Foden a surgirem no apoio a Haaland no ataque e Mahrez, Grealish e Álvarez a começarem no banco. Do outro lado, Steven Gerrard colocava Ollie Watkins no setor mais adiantado em detrimento do experiente Danny Ings. A primeira parte terminou sem golos, com o Manchester City a ter muitas dificuldades para desbloquear a estratégia defensiva do Aston Villa, e ao intervalo era claro que a equipa de Guardiola teria de demonstrar maior clarividência no último terço para conseguir derrotar os villains.

Na segunda parte, logo aos cinco minutos, a lógica mudou. Bernardo combinou com De Bruyne no corredor direito, o belga cruzou para o segundo poste e Haaland, com um salto extraordinário que o deixou totalmente no ar, encostou para abrir o marcador e tornar-se o jogador mais rápido da história do Manchester City a chegar aos 10 golos pelo clube (50′). A cerca de 15 minutos do fim, numa altura em que Guardiola até abdicou de Bernardo para colocar Mahrez e os citizens iam gerindo a vantagem sem grande oposição, o Aston Villa surpreendeu e empatou com um enorme pontapé de Leon Bailey (74′).

Até ao fim, já nada mudou. O Aston Villa empolgou-se, o Manchester City sentiu o golo sofrido e não conseguiu reagir, concedendo mais um empate e podendo ficar a quatro pontos do Arsenal se os gunners derrotarem o Manchester United já este domingo. A equipa de Guardiola pode contar com Haaland para os golos — mas precisa de corrigir as fragilidades defensivas para que esses mesmos golos não sejam em vão.