Não é certo que, com a morte da Rainha Isabel II, as notas de 5 dólares australianos sejam adaptadas para passarem a conter a imagem do sucessor, o Rei Carlos III. O ministro adjunto do Tesouro da Austrália já veio deixar claro que esse processo não será automático e não coloca de lado a hipótese de vir a ser uma personalidade australiana, nativa, a figurar nas notas.

Segundo o The Guardian, Andrew Leigh argumentou que a imagem da Rainha constou, até aqui, na nota de 5 dólares devido ao seu estatuto “pessoal” e não devido ao seu cargo. “A decisão de incluir o rosto da Rainha na nota de 5 dólares deveu-se a ela pessoalmente e não ao seu estatuto de monarca, pelo que a transição [para Carlos III na nota] não é automática”, afirmou, na Royal Australian Mint, a Casa da Moeda australiana. “Teremos uma conversa sensata dentro do governo e faremos um anúncio apropriado quando for oportuno”, acrescentou.

Já no caso das moedas, a Austrália prepara-se para cunhá-las com a figura do Rei, para as lançar em 2023, mas ainda não foi aprovada nenhuma proposta de efígie. As moedas com a mãe, a Rainha Isabel II, vão continuar em circulação — e deverão ser superiores em número às de Carlos III durante vários anos. É que apenas são produzidas entre 110 mil e 150 mil moedas por ano, e há 15 mil milhões de moedas com a inscrição da Rainha em circulação.

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Nas moedas, o monarca vai manter-se “por uma questão de tradição”, mas em relação à nota de 5 dólares australianos o caso muda de figura. Ainda assim, não há nenhuma decisão tomada. Isso mesmo garantiu Anthony Albanese, o primeiro-ministro do país, que assegura ainda não se ter debruçado sobre o tema. “Penso que é um momento para um pouco de respeito. Trataremos dessas questões apropriadamente, de forma ordeira, respeitosa”, afirmou.

A Austrália é um dos países da Commonwealth que tem o monarca do Reino Unido como chefe de Estado. Anthony Albanese já veio assegurar que durante o seu primeiro mandato não haverá nenhum referendo sobre uma eventual transição para república.

Albanese já tinha afirmado que o país precisava de um chefe de Estado que fosse australiano, mas após a morte da Rainha Isabel II diz que não é ainda tempo de falar no assunto, e sim para mostrar gratidão pelo “serviço para com a Austrália, a Commonwealth e o mundo” por parte de Isabel II.