Tem vindo em crescendo e no encerramento das Jornadas Parlamentares do PS, na Nazaré, agudizou-se o ataque à atribuição de vales alimentares a pensionistas defendida pelo PSD. A medida (e todo o programa de emergência proposto por sociais-democratas) é debatida esta semana no Parlamento e os socialistas não a poupam. A ministra dos Assuntos Parlamentares juntou-se a esta frente de ataque, repetindo a acusação de “caridadezinha”. Também deixou uma promessa sobre imigrantes jovens e ouviu um recado do autarca local para levar a Fernando Medina.

Na deslocação ao fecho de trabalhos dos deputados socialistas, Ana Catarina Mendes disse que a medida do PSD de dar vale de alimentação “não é solidariedade, é caridade e assistencialismo.”

“A resposta à direita é sempre a da caridadezinha e do empobrecimento”, disse, alinhando no ataque do líder parlamentar da bancada que lhe chama “visão claramente tutelar dos mais vulneráveis e pobres”, como se “precisassem de tutela que lhes dissesse onde consumirem o rendimento disponível. Nunca daríamos vales alimentares, não queremos nenhuma tutela do rendimento”, rematou sobre este assunto Eurico Brilhante Dias.

Foi a medida do PSD mais atacada na rentrée, com o próprio líder socialista a contrapor, este domingo, a posição do PS: “Nós confiamos na cidadania e reconhecemos a liberdade de utilizarem o dinheiro de acordo com as necessidades da sua própria família”. Mas não foi a única e os sociais-democratas tiveram na generalidade dos ataques, incluindo quando os socialistas falam de políticas de apoios aos jovens e lembraram, como fez Eurico Brilhante Dias, como o atual PSD não é diferente do anterior. O líder parlamentar fê-lo indo até ao momento em que “Pedro Passos Coelho, aplaudido na primeira fila por Luís Montenegro, indicou a emigração como uma solução para os mais jovens”.

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De resto, o PS centrou este regresso pós-verão no pacote de apoio às famílias aprovado pelo Governo e Ana Catarina Mendes ainda veio até à Nazaré acrescentar outros pontos mais quentes de comparação com a direita, como por exemplo na Educação onde aponta os “6 mil professores que foram para o fundo de desemprego” na era PSD e a “diferença para o PS” que quer que “a escola pública responda a todos”. Mas sobre a falta de professores, a ministra não prometeu mais do que concentração por parte do Governo.

Ministra promete política de acolhimento para jovens imigrantes

Sobre as suas áreas concretas, avançou com uma novidade em potência. Depois de o investigador João Ferrão ter defendido, também ali nas Jornadas, a integração de jovens imigrantes no território, a ministra admitiu que a ideia está a ser trabalhada pelo Governo. “É absolutamente decisivo que depois de termos alterado a lei dos estrangeiros, estarmos a trabalhar para termos uma política de acolhimento às famílias mais jovens de imigrantes para todo o território nacional”.

A medida que está a ser preparada pelo Governo  “é decisiva para responder às necessidades demográficas e de mão de obra”, argumentou ainda Ana Catarina Mendes sobre aquilo que diz estar a preparar no Governo.

Hospital à espera de Medina

Não teve, no entanto, qualquer resposta para o pedido que ali foi deixado pelo presidente da Câmara da Nazaré Walter Chicharro. O socialista teve também o seu tempo de antena no fecho das Jornadas Parlamentares do PS e aproveitou para falar no Hospital do Oeste. Ainda há dois dias, noutra iniciativa da rentrée socialista, a Academia, a ministra da Coesão tinha dito que os autarcas do Oeste não se entendiam sobre a localização do novo hospital da região.

O PS chumbou no ano passado que a sua construção fosse incluída no Orçamento do Estado para 2022, e Chicharro insiste agora. Nas Jornadas disse que está feito o estudo sobre a localização (com o Bombarral como a proposta mais forte para a localização) e entregue ao Governo por 12 autarcas do Oeste. E espera agora que a proposta possa vir a ser incluída no próximo Orçamento, que o ministro Fernando Medina já está a preparar e entrega dentro de um mês.