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Um tribunal russo ordenou esta quinta-feira a prisão de três jovens poetas que participaram numa leitura de um texto contra a mobilização para combater na Ucrânia, tendo um deles alegado ter sido violado pela polícia durante a sua detenção.

De acordo com a organização não governamental (ONG) russa OVD-Info, Artiom Kamardine, Egor Chtovba e Nikolaï Daïneko estão em prisão preventiva há dois meses.

A ONG referiu que são suspeitos numa investigação aberta por “incitamento ao ódio com ameaça de uso de violência”.

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Se acusados, podem ter de cumprir uma pena de até seis anos de prisão, já que as autoridades russas atualmente reprimem as críticas ao conflito na Ucrânia.

No domingo, os três homens participaram numa leitura de versos em frente à estátua do poeta Vladimir Mayakovsky, no centro da cidade de Moscovo, local onde se reuniam intelectuais dissidentes durante o período soviético.

No dia seguinte, Artyom Karadine foi preso durante uma busca domiciliária.

De acordo com o seu advogado Leonid Solovev, citado pela imprensa independente russa, Karadine afirma ter sido espancado e violado com um haltere durante a sua detenção.

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O canal 112 do serviço de mensagens Telegram, próximo à polícia russa, publicou um vídeo a mostrar o jovem, de joelhos, a pedir desculpas.

Durante um discurso no tribunal na noite de desta quinta-feira, Karadine afirmou que esse pedido de desculpas foi obtido “sob tortura”. Na audiência, apareceu com marcas e um curativo na cara.

Nikolaï Daïneko foi detido no domingo durante as leituras de poesia e recebeu uma multa por “manifestação não autorizada”. Daïneko foi libertado e preso novamente na segunda-feira, segundo a OVD-Info.