A visita do Manchester United a Stamford Bridge para defrontar o Chelsea tinha um único fio condutor: Cristiano Ronaldo. Na quarta-feira, o avançado português recusou entrar no jogo contra o Tottenham nos últimos minutos, deixou Old Trafford antes do apito final e acabou castigado por Erik ten Hag, falhando a partida deste sábado e sendo colocado a trabalhar à parte em Carrington.

Ronaldo retratou-se e pediu desculpa num comunicado que divulgou através das redes sociais mas não conseguiu evitar o natural escalar dos rumores que dão conta de uma saída do Manchester United já em janeiro. Já Ten Hag, na conferência de imprensa de antevisão da partida contra o Chelsea, confirmou que o capitão da Seleção Nacional não quis entrar em campo e lembrou um episódio semelhante na pré-época, com o Rayo Vallecano, para justificar as consequências. Este sábado, longe da convocatória, Cristiano Ronaldo deixou uma simples mensagem à equipa: “Vamos, Manchester United”, escreveu numa publicação no Instagram.

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Ronaldo à parte, a verdade é que o Manchester United chegava a Londres depois de uma vitória importante contra o Tottenham e defrontava uma equipa que tinha empatado com o Brentford na última jornada. Contudo, Erik ten Hag reencontrava Graham Potter, o antigo treinador do Brighton que na primeira jornada da Premier League venceu os red devils em Old Trafford.

“Este sábado, é tudo sobre o Chelsea. Temos um grande jogo à nossa frente e todo o nosso foco está nesse jogo, assim como todo o foco da equipa técnica e dos jogadores. Temos de ganhar e fazer tudo aquilo que podemos. Precisamos de toda a concentração para nos prepararmos e dar o nosso melhor. Quando chegas ao futebol de topo, às vezes surgem rumores e barulho de fundo. Temos de nos concentrar no nosso trabalho e o nosso trabalho é dar uma resposta amanhã”, explicou o treinador neerlandês.

Assim, em Stamford Bridge, Ten Hag lançava Rashford enquanto referência ofensiva e colocava Bruno Fernandes, Jadon Sancho e Antony no apoio ao inglês, mantendo a titularidade de Diogo Dalot na direita da defesa. Do outro lado, Graham Potter colocava Aubameyang no ataque, com Mason Mount e Sterling numa segunda linha, e Jorginho e Loftus-Cheek fechavam o meio-campo com Azpilicueta e Ben Chilwell nos corredores.

O Manchester United demonstrou uma superioridade clara na primeira parte, assim como tinha acontecido contra o Tottenham a meio da semana, mas o jogo chegou ao intervalo ainda sem golos e com o Chelsea em clara reação e recuperação na fase final do primeiro tempo. Ainda assim, a parca exibição dos blues era evidente a partir do momento em que Potter, pouco depois da meia-hora, decidiu trocar Cucurella por Kovacic e corrigir para uma defesa a quatro.

Erik ten Hag só mexeu na segunda parte, começando por tirar Sancho para colocar Fred, mas foi forçado a realizar mais uma substituição pouco depois devido a uma lesão aparentemente grave de Varane — que saiu em lágrimas, claramente a equacionar a possibilidade de falhar o Mundial do Qatar com a seleção francesa. Pulisic, Chukwuemeka e Broja entraram no Chelsea e acabou mesmo por ser este último, o avançado nascido em Inglaterra que representa internacionalmente a Albânia, a conquistar a grande penalidade que fez a diferença. Já dentro dos últimos 10 minutos, McTominay fez falta sobre Broja na grande área do Manchester United e Jorginho, na conversão, não desperdiçou (87′).

Já nos descontos, porém, os red devils ainda conseguiram chegar ao empate por intermédio de Casemiro, que apareceu a cabecear na grande área para ser decisivo depois de ter sido o melhor elemento em campo (90+4′). No fim, Chelsea e Manchester United empataram pela quinta vez consecutiva — e pela sétima nas últimas nove ocasiões — e a equipa de Erik ten Hag acabou por resgatar um ponto num jogo onde não merecia perder. No dia do castigo de Cristiano Ronaldo, o colega Casemiro foi o melhor aluno que salvou o professor Ten Hag.