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O superiate Nord, propriedade de Alexei Mordashov, oligarca russo aliado de Putin, deixou na quinta-feira Hong Kong e está a caminho da Cidade do Cabo. O autarca da região não quer que o barco de luxo atraque, mas o governo da África do Sul insiste que vai permitir.

O governo sul-africano sustentou a sua decisão com o argumento de que o país não tem “obrigação legal” de cumprir as sanções impostas pela União Europeia e pelos EUA a Alexei Mordashov.

A África do Sul não tem obrigação legal de cumprir as sanções impostas pelos EUA e pela UE”, afirmou Vincent Magwenya, porta-voz do Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que é citado pela BBC.

O porta-voz acrescentou que as obrigações da África do Sul relativamente às sanções são apenas para com aquelas que são “especificamente” adotadas pelas Nações Unidas.

A decisão do governo foi criticada por líderes da oposição sul-africana, incluindo Geordin Hill-Lewis, autarca da Cidade do Cabo, que instou o executivo a bloquear a entrada do superiate. A BBC explicou, porém, que não é clara a forma como as autoridades podem planear impedir o atracar do Nord.

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No Twitter, o autarca, membro do partido de oposição Aliança Democrática, defendeu que não poderá “haver lugar” na Cidade do Cabo para “cúmplices e facilitares da guerra de Putin”.

A posição partilhada por Geordin Hill-Lewis nas redes sociais foi posteriormente completada em comunicado, que é citado pela BBC: “A conduta da política externa do nosso país em relação à guerra ilegal e imperialista da Rússia foi nada menos que vergonhosa. Aqui está uma oportunidade para corrigir alguns desses erros de julgamento e defender o que é claramente certo”.

Até ao momento, o governo de Ramaphosa evitou criticar diretamente a Rússia, abstendo-se em várias votações da ONU que condenavam expressamente a guerra na Ucrânia. O porta-voz do Presidente acusou Geordin Hill-Lewis de “arrogância” e garantiu que os governos municipais “não têm controlo legal sobre as fronteiras do país”.

O navio de luxo deverá chegar à Cidade do Cabo nas próximas semanas, não se sabendo por quanto tempo conseguirá aí ficar. Com 141,6 metros de cumprimento, dois heliportos, uma piscina, um cinema e 20 cabines de luxo, o superiate, que deixou Hong Kong na semana passada, está avaliado em 521 milhões de dólares.

Superiate de oligarca russo sancionado chega a Hong Kong