Bruno Lage foi despedido do comando técnico do Wolverhampton no início de outubro, logo depois de uma derrota contra o West Ham e após ter alcançado uma única vitória ao longo da temporada. Steve Davis ficou como interino, perdeu duas vezes e ganhou outra mas ficou com o lugar a título definitivo até ao fim da época — provavelmente mais pela incapacidade do clube de arranjar um novo treinador, até na sequência da recusa de Lopetegui, do que pelos resultados demonstrados.

E nem essa motivação alcançada através de alguma estabilidade — não só para a própria equipa que ficou a saber que treinador terá até ao fim da temporada como também para o próprio Steve Davis — chegou para inverter uma época do Wolverhampton que está a ser manifestamente pobre. O Wolves foi goleado em casa pelo Leicester no passado domingo, num jogo em que os foxes marcaram quatro golos em quatro remates à baliza, e entravam para a visita deste sábado ao Brentford dentro da zona de despromoção da Premier League.

“Perdemos 3-0 com o Chelsea e nem tivemos um cartão amarelo, o que resume aquilo que tenho tentado melhorar no que toca à competitividade, particularmente no meio-campo e nas segundas bolas. Claro que o Chelsea e o Nottingham Forest são adversários diferentes mas as estatísticas com o Forest já foram muito melhores depois de termos esta conversa. Temos de jogar este jogo, às vezes. Não estou a dizer que vamos jogar sujo ou de forma irresponsável, porque tudo tem de estar sob controlo e tudo tem de ser feito de forma moderada, mas temos de mostrar essa luta e esses são os aspetos profissionais do jogo em que temos de melhorar”, explicou o técnico na antevisão da partida, deixando a ideia de que a equipa precisa de subir os níveis de agressividade.

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Assim, contra o Brentford e à procura da terceira vitória da temporada, Steve Davis lançava Diego Costa como referência ofensiva e colocava Podence, Matheus Nunes e Traoré no apoio ao espanhol, sendo que Rúben Neves, Nélson Semedo e José Sá também eram titulares e Gonçalo Guedes e João Moutinho começavam ambos no banco. Do outro lado, o destaque ia todo para o trio ofensivo composto por Mbeumo, Wissa e Ivan Toney.

A primeira parte não teve golos e também não teve grande interesse, registando-se apenas esse pormenor de Nélson Semedo ter visto precisamente um cartão amarelo logo no primeiro minuto do jogo e de Podence também ter sido admoestado à passagem da meia-hora. Já em cima do intervalo, porém, soaram os alarmes no Wolverhampton e na Seleção Nacional: Matheus Nunes ficou com queixas num ombro depois de uma queda e teve de ser substituído por João Moutinho, não sendo ainda possível ter noção da gravidade do impacto do médio português.

O segundo tempo começou praticamente com um golo, com Ben Mee a abrir o marcador com um movimento acrobático na área depois de um cruzamento na esquerda (50′). O Wolves, porém, respondeu logo depois: Nélson Semedo assistiu e Rúben Neves, com mais um pontapé de fora de área, fez mais um golo esta temporada e empatou a partida (52′). Gonçalo Guedes ainda foi lançado por Steve Davis já dentro dos últimos 10 minutos, Diego Costa foi expulso nos descontos por agressão e o resultado já não voltou a alterar-se, com a equipa mais portuguesa de Inglaterra a resgatar apenas um ponto desta jornada e a manter-se na zona de despromoção da liga inglesa.