“É estranho pensar que podia ter alterado o percurso da história com o meu medo”, escreve Michelle Obama no seu novo livro, “A Luz Que Nos Ilumina — Superar Tempos de Incerteza” (Objectiva, novembro de 2022), onde revela que em 2006, Barak pôs nas suas mãos a decisão de se candidatar à presidência dos Estados Unidos da América. A ideia de entrar na esfera política deixou-a “aterrorizada” ao ponto de ter estado muito perto de impedir o marido de se tornar Presidente.

“Não sou de dar saltos ou voos… o ritmo era demasiado rápido, a altura demasiado estonteante, a exposição demasiado grande”, continua, atribuindo à sua “mente medrosa” a origem de todos os seus receios. Felizmente, conseguiu calar esses medos a tempo e Barak Obama acabou mesmo por se tornar o primeiro Presidente afro-americano dos EUA, tendo ocupado o cargo entre 2009 e 2017.

Apesar de estar carregado de conselhos e de mecanismos para lidar com tempos de crise, este que é o terceiro livro da ex-primeira-dama não é exatamente um guia de auto-ajuda, como escreve na introdução, mas antes “uma série de reflexões honestas sobre o que a minha vida me ensinou até agora“. Nele, partilha ainda a sua “caixa de ferramentas pessoal” para lidar com o stress, o medo e a ansiedade.

Focar-se em pequenas tarefas como tricotar, por exemplo, foi um desses instrumentos para lidar com a incerteza dos tempos de pandemia aliada à crise racial nos Estados Unidos, no centro da qual esteve o estalar do movimento social Black Lives Matter. O hobby, revela, foi aprendido a ver vídeos no YouTube.

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“O que é interessante no tricô e em usar as mãos para fazer alguma coisa é que é meditativo”, disse Obama à conversa com Elle DeGeneres na noite da passada terça-feira no palco do Teatro Warner, em Washington. O diálogo, citado pela Associated Press, serviu de kick-off a uma tournée que a vai levar a seis cidades norte-americanas. Seguem-se Filadélfia, Atlanta, Chicago, São Francisco e Los Angeles.

Em Portugal, foi editado pela editora Objectiva.

Algumas das revelações feitas por Michelle Obama incluem o seu gosto por beber Martinis, os desafios de criar duas filhas da geração Z, os tempos em que começou a namorar com Barak, depois de se conhecerem numa firma de advogados, e a paixão do marido pelo golfe.

Em “A Luz Que Nos Ilumina — Superar Tempos de Incerteza”, a ex-primeira-dama conta ainda que as duas filhas —Malia, de 24 anos, e Sasha, de 21 — estão a viver longe dos pais, mas juntas, num apartamento arrendado em Los Angeles.