No 289.º dia de guerra, o Presidente norte-americano, Joe Biden, aprovou um novo pacote militar de apoio a Kiev no valor de 275 milhões de dólares. Um documento a que a Reuters teve acesso refere que o novo apoio se destina a aumentar a capacidade ucraniana de resposta a ataques com drones e fortalecer a defesa aérea.

No mesmo dia, o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, disse que a Rússia está a expandir e a modernizar o seu arsenal nuclear, numa altura em que o Presidente Putin sugeriu, por várias vezes, que o país usará “todos os meios ao seu dispor” para se defender. “Enquanto o Kremlin continua a sua guerra cruel na Ucrânia, todo o mundo viu Putin envolver-se numa batalha nuclear profundamente irresponsável”, afirmou.

Esta sexta-feira, o Presidente russo descreveu como “estúpida” a decisão do Ocidente de impor um teto ao preço do petróleo, avisando que a Rússia poderá recusar cortar na produção e recusar vender petróleo a qualquer país que siga o limite de preço.

Na semana passada, a União Europeia chegou a um acordo para impor um teto de 60 euros às compras de petróleo russo, medida que surge na sequência das decisões adotadas pelo G7 em setembro com o objetivo de travar as receitas russas com a exportação de petróleo.

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O que aconteceu durante a noite?

  • O Presidente Alexander Lukashenko acusou a NATO de ter planeada atacar a Bielorrússia e a Rússia no início de 2021. “Num futuro próximo vamos publicar estes factos: como era suposto a Rússia vir à fronteira da região de Smolensk depois de 2020, tomar controlo do nosso país e começar uma guerra contra a Rússia a partir do Donbass”, afirmou.

  • Mais de 13.000 crianças ucranianas foram deportadas ilegalmente para a Rússia, denunciou Daria Herasymchuk, uma das conselheiras do Presidente Zelensky. “Este não é, infelizmente, o número final”, afirmou.
  • O Parlamento búlgaro aprovou o envio de ajuda militar à Ucrânia, pela primeira vez desde o inicio da invasão russa, tendo os deputados acordado também uma lista de armamento.
  • A Rússia anunciou que proibiu 200 canadianos de entrar no país, após o Canadá impor sanções a 33 atuais ou antigos dirigentes russos e a seis entidades envolvidas em alegadas “violações sistemáticas dos direitos humanos” contra indivíduos russos que protestaram contra a guerra.
  • O porta-voz do Kremlin disse que relações entre Moscovo e Washington mantêm-se num “estado lamentável”. Em declarações à agência estatal TASS, Dmitry Peskov disse que a recente troca de prisioneiros com os Estados Unidos não deve ser vista como um passo em frente na melhoria das relações entre os dois países.
  • Na frente de combate no Donbass a situação continua “muito difícil”, reconheceu o Presidente ucraniano. As batalhas prossegem em “áreas chave” como Bakhmut, Soledar, Maryinka e Kreminna. “Não há nenhum lugar no território destas áreas que não esteja danificado pelos bombardeamentos e pelo fogo”, referiu no habitual discurso, divulgado na conta de Telegram.
  • O comité do Verkhovna Rada (parlamento ucraniano) aprovou uma lei com o propósito de banir a Igreja Ortodoxa Russa e as suas organizações afiliadas na Ucrânia.

O que aconteceu durante a tarde?

  • A Rússia está a tentar obter mais armas do Irão, incluindo “centenas” de mísseis balísticos, divulgou a embaixadora britânica do Reino Unido. Segundo Barbara Woodward, Moscovo está a oferecer apoio militar e técnico em troca de armas para a guerra na Ucrânia.
  • O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, mostrou-se preocupado que o conflito na Ucrânia saia do controlo e se torne numa guerra entre a Rússia e a Aliança Atlântica. “Se as coisas correrem mal, podem correr horrivelmente mal”, disse Stoltenberg em entrevista à estação de televisão e rádio norueguesa NRK, citada pela Sky News.
  • Num telefonema com o primeiro-ministro britânico, o Presidente Volodymyr Zelensky falou sobre a implementação da “fórmula de paz” ucraniana. A cooperação na área da defesa e o apoio para a estabilidade energética da Ucrânia, após os ataques russos à rede elétrica, também foram temas abordados.
  • A representante de uma das organizações que receberam este ano o Prémio Nobel da Paz defendeu que o Presidente russo, Vladimir Putin, enfrente um tribunal internacional como criminoso de guerra pelo “genocídio” na Ucrânia.
  • O Canadá impôs sanções a 33 atuais ou antigos dirigentes russos e a seis entidades envolvidas em alegadas “violações sistemáticas dos direitos humanos” contra russos que protestaram contra a guerra.
  • O político da oposição russa Ilya Yashin foi condenado a uma pena de oito anos e meio de prisão pelo crime de “divulgação de informação falsa” sobre a operação militar especial na Ucrânia. A condenação é “um veredicto vergonhoso”, denunciou o também opositor Alexei Navalny.
  • O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, anunciou que vai falar com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky este sábado com vista a fortalecer o acordo de exportação de cereais, apoiado pela ONU.

O que aconteceu durante a manhã?

  • A basquetebolista norte-americana Brittney Griner já chegou aos Estados Unidos. Griner estava detida na Rússia há meses e foi libertada numa troca de prisioneiros na qual os EUA enviaram para a Rússia o traficante de armas Viktor Bout. O Presidente russo admitiu que novas trocas de prisioneiros com os EUA são possíveis.
  • Um comentador da televisão estatal russa voltou a defender a ideia de uma “Eurásia pacífica de Vladivostok a Lisboa”. “Já temos Vladivostok, só falta chegar a Lisboa”, afirmou.

  • O primeiro-ministro indiano vai faltar à cimeira anual com o Presidente russo. A Índia tem resistido a impor sanções à Rússia, mas num encontro entre Narendra Modi e o Vladimir Putin, em setembro, o primeiro-ministro fez questão de dizer que “não estamos numa era de guerra”.
  • A empresa de energia nuclear ucraniana Energoatom acusou os militares russos que ocupam atualmente a central nuclear de Zaporíjia de terem colocado vários lança-rockets Grad perto de um reator nuclear na central de Zaporíjia. A Energoatom diz ainda que os militares russos raptaram dois trabalhadores da central nuclear de Zaporíjia.
  • Os Estados Unidos estão a planear aplicar novas sanções à Rússia pelo uso de drones iranianos. Segundo a agência Reuters, que falou com duas fontes, as sanções deverão ser aplicadas a responsáveis governamentais, que deverão ser proibidos de entrar nos EUA e terão os seus bens congelados.
  • Cinco pessoas morreram e duas ficaram feridas na região de Donetsk, confirmou o governador ucraniano Pavlo Kyrylenko. A maioria das mortes ocorreu na cidade de Bakhmut, que continua sob ataque. Já o governador ucraniano de Kherson, Yaroslav Yanushevych, disse que também a região continua a ser atacada pelas forças russas, sendo que oito pessoas ficaram feridas.
  • Um incêndio de grandes dimensões deflagrou esta manhã num supermercado de uma grande superfície comercial em Moscovo. Pelo menos uma pessoa morreu. A agência TASS avança como explicação das autoridades um curto-circuito, mas fontes dizem a alguns jornalistas russos que pode tratar-se de “ação criminosa”, ou seja, fogo posto.