O regresso do Liverpool à competição depois do Mundial do Qatar não foi o mais alegre, com a equipa de Jürgen Klopp a falhar desde logo a revalidação da conquista da Taça da Liga inglesa ao cair com o Manchester City nos oitavos de final da competição. Esta segunda-feira, logo após o Natal e no típico Boxing Day, os reds visitavam o Aston Villa e reiniciavam uma temporada onde o grande objetivo interno já ia pouco além do apuramento para a Liga dos Campeões.

O Liverpool voltava à Premier League no 6.º lugar da classificação — ou seja, fora da zona de acesso às competições europeias. Os reds entravam em campo já depois de o Tottenham ter empatado e o Brighton ter vencido, ou seja, precisavam de ganhar para garantir uma aproximação à 5.ª posição do Manchester United e pressionar desde já os red devils, que só defrontam o Nottingham Forest esta terça-feira.

Adeus, Qatar. Olá, Inglaterra. O regresso dos clubes trouxe cinco golos e uma vitória do City contra o Liverpool

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Na antevisão, Jürgen Klopp abordou a paragem para o Campeonato do Mundo e o facto de o Liverpool ter tido vários jogadores envolvidos na competição. “Pode ter algum impacto no resto da temporada mas ainda não sabemos. O que é que posso dizer? Estaria a atirar palpites, não faço ideia… Vamos ver. Espero que tenha um efeito positivo, ainda que os nossos resultados antes da paragem fossem absolutamente ok. Não penso muito sobre essas coisas mas acho que ganhámos oito em 10 jogos, o que é bom. Se tivéssemos feito o mesmo nos 10 jogos anteriores estaríamos numa situação diferente. Ainda há muito por jogar e já não estamos a pensar sobre a paragem, muito honestamente. Para nós, isto é o início de algo novo. Temos de construir a partir do que fizemos até agora e saber que podemos fazer melhor. Encontrar uma maneira de ganhar um jogo de futebol e começar já com o Boxing Day“, atirou o treinador alemão na conferência de imprensa.

Assim, neste contexto, Klopp lançava um onze que já se aproximava da equipa-tipo do Liverpool: Robertson e Alexander-Arnold nas alas, Thiago a acompanhar Henderson e Fabinho no meio-campo e Oxlade-Chamberlain a completar o trio ofensivo em conjunto com Salah e Darwin, deixando Fábio Carvalho e Naby Keïta enquanto suplentes. Do outro lado, num Aston Villa que voltava à Premier League no 12.º lugar, Unai Emery colocava Buendía e Watkins no ataque, apoiados por Kamara e Douglas Luiz e beneficiava de um banco que contava com Philippe Coutinho, Matty Cash, Danny Ings, Dendoncker e ainda Bednarek.

O Liverpool entrou praticamente a vencer no Villa Park, com Salah a inaugurar o marcador à passagem dos cinco minutos iniciais: o avançado egípcio apareceu ao segundo poste a encostar para marcar (5′) depois de um passe rasteiro de Robertson, no lado contrário, sendo que o escocês tinha recebido uma abertura perfeita de Alexander-Arnold. Com o golo de Salah, Robertson tornou-se o defesa com mais assistências na história da Premier League, com 54.

A equipa de Klopp estava bem no jogo — com especial destaque para os laterais, Robertson e Alexander-Arnold, que iam assinando exibições acima de média para recordar outros tempos — mas o Aston Villa ia deixando claro que não tinha abdicado do resultado. Bailey teve uma grande oportunidade mas falhou o alvo (13′), Watkins forçou Alisson a uma defesa apertada com um cabeceamento (17′) e o Liverpool acabou por aproveitar o desperdício do adversário para alargar a vantagem.

Já perto do intervalo, na sequência de um canto cobrado na direita e de vários ressaltos na grande área, a bola sobrou para Van Dijk e o central atirou forte para voltar a bater Robin Olsen (37′) e levar o Liverpool para a segunda parte a vencer de forma mais confortável. Os reds acabaram por dominar o que restou do primeiro tempo, beneficiando de uma clara quebra de intensidade por parte do Aston Villa, e foram para o intervalo com a ideia de que o jogo estava bem encaminhado.

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e a equipa de Unai Emery teve um golo anulado logo nos primeiros minutos da segunda parte, com Watkins a ser apanhado em fora de jogo depois de bater Alisson (46′). O Liverpool respondeu com uma grande oportunidade de Salah, que permitiu a defesa de Olsen após um contra-ataque vertiginoso (51′), mas os villains acabaram mesmo por reduzir a desvantagem ainda antes de estar cumprida uma hora do encontro.

Num lance de insistência, Douglas Luiz cruzou largo a partir da direita e Watkins, a cabecear completamente sozinho entre Alexander-Arnold e Matip, bateu Alisson (59′) para relançar o jogo e recompensar a clara subida de rendimento do Aston Villa na segunda parte. Klopp mexeu pouco depois do golo sofrido, trocando Oxlade-Chamberlain e Thiago por Keïta e Elliott, e Darwin voltou a desperdiçar uma grande oportunidade ao atirar ao lado (75′) quando só tinha o guarda-redes pela frente após uma transição rápida.

Joe Gomez e Bajcetic entraram a pouco mais de 10 minutos do fim e este último acabou por assinar o terceiro golo que fechou as contas. Darwin cruzou atrasado in extremis e junto à linha de fundo, Olsen ainda defendeu mas a bola sobrou para o avançado espanhol de apenas 18 anos, que fintou o guarda-redes e atirou rasteiro para aumentar a vantagem (81′).

O Aston Villa não conseguiu chegar ao empate apesar das boas indicações ofensivas e o Liverpool carimbou mesmo uma vitória difícil e complexa que permitiu ficar à condição a um ponto do 5.º lugar do Manchester United e à frente de Brighton, Fulham, Chelsea e Brentford.