O Consumer Electronics Show (CES), em Las Vegas, apesar de se destinar a mostrar as novidades no mundo da electrónica, serviu este ano para revelar mais automóveis e concept cars do que é habitual encontrar em salões organizados exclusivamente para veículos, de ambos os lados do Atlântico. Uma dessas novidades foi precisamente a 1500 Revolution, a pick-up eléctrica da Ram, uma das 14 marcas do Grupo Stellantis. E o CEO do conglomerado que junta os italianos da Fiat, os franceses da PSA e os norte-americanos da Chrysler é o português Carlos Tavares, que presidiu à apresentação da primeira pick-up eléctrica do grupo.

Carlos Tavares, CEO da Stellantis, junto à Ram eléctrica e a Mike Koval, o responsável pela marca norte-americana

A primeira curiosidade associada à Ram prende-se com o facto de a pick-up estrear uma das quatro plataformas da Stellantis concebidas especificamente para modelos eléctricos a bateria, a STLA Frame. A denominação refere-se ao facto de ter sido projectada para servir não automóveis, mas sim veículos que privilegiam a construção chassi/cabine, como sempre foi hábito nos jipes mais radicais e nas pick-ups de trabalho, além dos grandes furgões, uma vez que este tipo de arquitectura permite lidar com cargas superiores.

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Com uma estética atraente e moderna, a pick-up da Ram exibe dimensões generosas que lhe permitem acolher packs de baterias de 159 a 200 kWh, recarregáveis com potências até 350 kW graças ao sistema de 800V que utiliza, o que permite antever de 640 a 800 km de autonomia entre recargas. A Jeep vai igualmente recorrer à STLA Frame, pois também eles visam a criação de veículos com comprimentos entre 5,4 e 5,9 metros. Mas a Ram deverá ser a primeira, pois a 1500 Revolution vai ser revelada na sua forma final ainda este ano, para depois chegar ao mercado norte-americano em 2024.

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A Ram não anunciou a potência com que está a pensar dotar a 1500 Revolution, mas anteriormente os seus responsáveis já tinham deixado transparecer que o objectivo seria rondar os 900 cv nas versões mais possantes. Sabe-se agora que a Ram tem mais um trunfo na manga, em forma de um motor de combustão. Não para fazer mover a pick-up eléctrica, mas sim para a alimentar, funcionando como range extender, ou seja, extensor de autonomia. Isto permitiria aumentar a autonomia e tornar o modelo mais versátil, possibilitando a sua utilização em regiões que não estão bem servidas de postos de carregamento. É uma ideia curiosa, com maior potencial nos EUA do que na Europa, uma vez que ali é fácil antecipar deslocações superiores, especialmente através da natureza, onde o fornecimento de energia eléctrica é inexistente.

Com a 1500 Revolution, a Ram vai entrar no mercado onde a Rivian R1T, a GMC Hummer EV, a Ford F-150 Lightning e a Lordstown Endurance já estão presentes, a que em breve se irá juntar o modelo que promete ser a referência, a Tesla Cybertruck.