Em abril do ano passado, escassos meses após ter sido reeleito com maioria absoluta, António Costa estava em estado de graça e os seus níveis de popularidade e aprovação espelhavam isso mesmo, com o primeiro-ministro a alcançar um saldo positivo de 24 pontos.

Agora, nove meses e inúmeros escândalos depois, caiu a pique: só 24% dos inquiridos no barómetro Aximage, feito para Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF, avaliam positivamente a sua atuação, contra 54% que lhe mostram o cartão vermelho.

É uma diferença de 30 pontos percentuais que coloca o primeiro-ministro em terreno negativo e no fundo de um poço de onde, ainda assim, a maioria dos inquiridos nesta consulta não acredita que venha a sair antes de outubro de 2026. Se 41% dizem que o PM deverá cair entretanto, 47% acreditam que Costa vai cumprir o mandato até ao fim.

Apesar de manter um saldo positivo de 10 pontos percentuais, o nível de popularidade e aprovação do Presidente da República também atingiu o ponto mais baixo de sempre, com apenas 45% dos inquiridos a classificarem o desempenho de Marcelo como “bom” ou “muito bom” — contra os 35% que o consideram “mau” ou “muito mau”.

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Os resultados, que foram publicados esta sexta-feira, confirmam uma tendência que tem vindo a ser registada nas últimas consultas do género à população — em dezembro de 2021, há pouco mais de um ano, 64% dos inquiridos avaliava Marcelo Rebelo de Sousa de forma positiva (e só 18% lhe davam nota negativa), mas desde então esta distância tem vindo gradualmente a ser reduzida.

Ainda assim, a maioria dos 805 inquiridos (entre os passados dias 10 e 14 de janeiro) concorda com o Presidente da República, ou pelo menos com algumas das decisões que tem tomado. Questionados sobre a sua resolução de não dissolver a Assembleia da República, na sequência da crise política que desde dezembro se abateu sobre o Governo, 58% dizem que Marcelo fez a coisa mais acertada — com apenas 18% a considerarem que o país devia ter novamente seguido para eleições antecipadas.

Um dos motivos apresentados por Marcelo para não o fazer foi o facto de considerar que não existia “alternativa evidente, forte e imediata” para alternar no poder. Nesse ponto, a grande maioria dos inquiridos nesta sondagem também está com o Presidente: 63% dizem que o PSD não está “preparado para liderar um Governo”. Do outro lado, 21% respondem que sim, que o partido liderado por Luís Montenegro está pronto, e 16% não sabem ou não respondem.

Já a confiança no Governo é mais reduzida. À pergunta “O Governo irá conseguir cumprir de melhor forma a execução dos fundos europeus em 2023”, a maioria (51%) respondeu que não. 76% também consideram que o Presidente da República deveria ter mais “exigência” sobre o Governo e à questão sobre em quem depositam mais confiança, se no Presidente da República, se no primeiro-ministro, 47% escolheram a primeira opção e 13% a segunda. Já 32% consideram que dão crédito igual aos dois.

Artigo atualizado sábado, dia 21 de janeiro, com os resultados relativos a António Costa