Ao nível do ambiente, o futebol saudita não fica a dever a nenhum aos outros pontos do globo. Antes do Al Nassr, de Cristiano Ronaldo, e o Al-Ittihad Jeddah, treinado por Nuno Espírito Santo, houve pirotecnia, coreografias e muito barulho de incentivo a duas das melhores equipas da Arábia Saudita, rivais por se tratarem de clubes com origem nas duas maiores cidades do país, Riade e Jeddah. O internacional português foi acarinhado pela atmosfera. Nos desenhos erguidos na bancada do Estádio Internacional Rei Fahd, campo neutro deste jogo, podia-se ler “Viva Ronaldo” em figuras vestidas com o número sete do internacional português.

Eram as boas-vindas a Cristiano Ronaldo no segundo jogo oficial em solo saudita. Pouco tempo em solo asiático e logo uma meia-final da Supertaça para disputar. O vencedor do encontro entre o Al Nassr e o Al-Ittihad Jeddah já sabia quem na final deste domingo, às 17 horas, ia encontrar o Al-Fayha que eliminou a equipa com mais títulos na Arábia Saudita, o Al Hilal.

Só que nem tudo correu bem no caminho do Al Nassr para chegar ao jogo decisivo e a derrota por 3-1 afastou a equipa do avançado de 37 anos do jogo decisivo. O clube de Riade perdeu o segundo jogo da temporada, o primeiro desde a chegada de Ronaldo. A equipa comandada por Rudi Garcia perdeu em dois jogos (nos dois oficiais que o capitão da Seleção nacional já disputou de amarelo) com Cristiano Ronaldo o mesmo número de vezes que perdeu nos 14 jogos oficiais anteriores da temporada em que não contou com o português.

Antes do encontro começar, Cristiano Ronaldo e Nuno Espírito Santo cumprimentaram-se numa demonstração de reconhecimento. A partir daí, foi cada um por si e o que saiu por cima no momento em que o árbitro neerlandês, Danny Makkelie, apitou não foi o que se esperava. O Al-Ittihad Jeddah saiu na frente com um golo de Romarinho (15′). Abdul Al-Oboud tabelou na esquerda para arranjar espaço para um cruzamento que encontrou o brasileiro a deslizar para alcançar a bola.

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Ainda assim, Cristiano Ronaldo fazia questão de assinar cada momento em que a bola lhe passava pelos pés com um malabarismo para que ninguém se esquecesse de que estava ali. Cada vez mais remetido ao papel de finalizador, foi bem no interior da área que se evidenciou (43′) ao cabecear com muito perigo para defesa do guarda-redes do Al-Ittihad, Marcelo Grohe. Só que, no mesmo minuto, do outro lado do campo, o marroquino Hamdallah alargava a vantagem.

Descontente, o treinador do Al Nassr, Rudi Garcia, fez uma tripla ao intervalo. Banco saltou o antigo jogador do Vitória SC, de Guimarães, Ghislain Konan. A mexidas não se revelaram propriamente disruptivas. Cristiano Ronaldo (65′) assumiu a cobram-se de um livre que, mesmo que com a clara intenção de reverter o resultado negativo, enviou por cima.

Ainda assim, no meio da falta de organização em que o jogo caiu, a equipa de Riade conseguiu chegar ao golo. Talisca (67′), o melhor marcador do campeonato saudita, foi assistido por Luiz Gustavo e marcou na de primeira na zona da marca de grande penalidade.

Com o tempo a esgotar-se, o Al Nassr fazia pela vida, mas a organização defensiva do Al-Ittihad, estruturada em 4x4x2 foi competente a anular os ataques à baliza do conjunto de Nuno Espírito Santo. O trabalho no setor recuado acabou por ser premiado com um contra-ataque concluído por Muhannad Al-Shanqeeti (90+3′).

Com a derrota, o Al Nassr fica afastado da luta pelo troféu que venceu em 2020 pela segunda vez. Cristiano Ronaldo terminou a partida em branco e ainda não se estreou a marcar oficialmente na Arábia Saudita.