Seja por paixão ou por necessidade, não falta quem olhe para modelos que são velhos para uns e clássicos para outros como a melhor forma de se deslocarem, evitando os problemas dos transportes públicos. Consciente de que modelos como os R4, R5 e Twingo da primeira geração – esperamos que em breve se juntem à lista o R16 e o R8 – não só existem em quantidade no mercado, como têm muitos fãs, a Renault desenvolveu kits de transformação para electrificar estes modelos.
Para este projecto de electrificação de clássicos, a Renault está associada à R-FIT, a empresa que vai receber os carros velhos, provavelmente com motores que estão em vias de entregar a alma ao criador e uma caixa em que já só se consegue engrenar algumas das mudanças. A R-FIT retira o conjunto motor/caixa, além do depósito de gasolina e respectivas cablagens.
A fase seguinte, ainda responsabilidade da R-FIT, consiste em instalar o motor eléctrico, a bateria, o sistema de gestão da bateria (o BMS), o carregador de bordo e toda a cablagem específica para os veículos eléctricos, além do painel de instrumentos, com informações específicas para este tipo de tecnologia. O kit de transformação inclui a manutenção da caixa original, com quatro velocidades, com a tradicional alavanca tipo cajado.
Como não há alterações no chassi, o espaço para a bateria não abunda, pelo que a capacidade do acumulador é de apenas 10,7 kWh, inferior a todos os eléctricos convencionais do mercado e até à maioria dos PHEV. As células que compõem o pack de bateria recorrem à química LiFePO4, ou seja, lítio-ferrofosfato, que oferecem uma autonomia de 80 km, capaz de ser recarregada na tomada lá de casa (220V), o que pode tardar até 3h30.
O kit de transformação da R-FIT foi aprovado pela Renault, que o homologou, estando disponível já a partir de Fevereiro, para as versões GTL e Savane do R4, por um valor de 11.900€. Os kits para o R5 surgirão em Setembro deste ano, para o Twingo (produzido de 1993 a 2007) ser contemplado mais tarde, todos eles com garantia de dois anos.
