Morreu o antigo Presidente paquistanês Pervez Musharraf, que liderou o país entre 2001 e 2008. Tinha 79 anos. Um comunicado de imprensa do exército confirmou a morte do antigo chefe de Estado no Dubai, dizendo que os militares do Paquistão “expressam sinceras condolências pela morte do general Pervez Musharraf”: “Que Alá abençoe a alma do defunto e dê força à família enlutada”.

Pervez Musharraf assumiu controlo total do Paquistão em 1999, após um golpe de Estado, até renunciar à Presidência do país na sequência de um processo de destituição lançado pela oposição. Foi chefe do Executivo entre outubro de 1999 e novembro de 2002, período em que também foi ministro da Defesa, durante a presidência de Muhammad Rafiq Tarar.

Foi também chefe do Comité do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas durante três anos desde outubro de 1998. Por essa altura foi igualmente chefe do Estado-Maior do Exército, cargo que manteve até 2007. No ano seguinte, em entrevista, George W. Bush, então Presidente dos Estados Unidos, considerou Pervez Musharraf um “aliado” no combate ao terrorismo.

O período em que Pervez Musharraf foi Presidente do Paquistão e simultaneamente Estado-Maior do Exército coincide com o estado de emergência que declarou nos primeiros dias de novembro de 2007 e meados do mês seguinte. Vinte e cinco (25) dias depois de a Constituição paquistanesa ter sido suspensa, e sob a ameaça de um impeachment, Pervez Musharraf retirou-se.

À época, o então Presidente do Paquistão disse que decidiu declarar o estado de emergência porque “o sistema de governamental do país estava paralisado pela interferência judicial” e porque havia um “choque entre as instituições governamentais e o sistema judicial”. Em causa estava a investigação que o Supremo Tribunal estava a conduzir sobre a validade da sua reeleição.

Apesar de ter sido uma importante figura de combate ao terrorismo após os ataques de 11 de setembro de 2001 — ele mesmo sobreviveu a nove ataques da Al-Qaeda —, a liderança de Pervez Musharraf sempre foi criticada, com a oposição a denunciar que o seu estilo governativo era totalitário. Exemplo disso, aponta a oposição, é a demissão considerada ilegal dos juízes do Supremo Tribunal que quiseram travar o estado de emergência de 2007; e, nesse mesmo ano, o ataque contra islamitas em Islamabad.

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