A dona da Iberia, a IAG, fechou o acordo com os acionistas da Air Europa para adquirir os 80% que ainda não detém, por 400 milhões de euros. De acordo com um comunicado à CNMV (homóloga da CMVM de Espanha), supervisora dos mercados de capitais, a IAG anuncia o acordo com a Globalia, da família Hidalgo, para adquirir os 80% da Air Europa que lhe faltavam.

Este é um movimento de consolidação do setor da aviação na Europa, que era esperado, mas que pode fazer mudar peças no xadrez nos processos de compra e venda. A IAG tem sido referida como potencial candidata à compra da TAP.

A compra desses 80% será feita por 400 milhões de euros, que serão pagos em tranches. Os primeiros 200 milhões chegarão à Globalia quando for recebida luz verde para a operação por parte dos reguladores de concorrência — sendo 100 milhões de euros pagos em ações da IAG e os restantes 100 milhões em dinheiro. No segundo e terceiro anos após a aprovação por parte dessas entidades supervisoras, entrarão na Globalia mais 100 milhões de euros em cada um dos anos.

Em comunicado, a IAG admite que a conclusão do negócio pode demorar 18 meses. Com isto, a IAG ficará com a totalidade da Air Europa, da qual já tinha 20%, que lhe tinha custado 100 milhões. Ou seja, 100% da Air Europa custará no total à IAG 500 milhões.

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A Air Europa é uma das maiores operadoras privadas em Espanha, voando para 36 destinos, incluindo rotas europeias, América Latina e Caraíbas. Transportou 13,1 milhões de passageiros em 2019, 4,3 milhões em 2020, cinco milhões em 2021, e 10 milhões em 2022. Tem 50 aviões e 15 em subcontrato.

A IAG justifica esta compra por considerar que a Air Europa é “importante para o futuro de IAG”, colocando o grupo “em boa posição para beneficiar das oportunidades de crescimento no mercado da América Latina e Caribe, assim como aumentar a conetividade com a Ásia”. É salientando pela IAG que esta aquisição permite “transformar o hub da IAG em Madrid para que possa concorrer com os maiores hubs da Europa”.

TAP deve ou não ser privatizada?

Este reforço do hub madrileno tem sido referido como um dos riscos na privatização da TAP, caso seja adquirida por uma companhia ligada a Espanha. António Costa Silva, ministro da Economia, chegou, numa entrevista em Espanha, a dar as boas vindas à Iberia como candidata à compra da TAP, mas mais tarde, no Parlamento português, diz que as suas palavras visaram conquistar o maior número de candidatos possíveis. E até sentenciou: “Particularmente penso que não é uma boa solução a Iberia”.

Costa Silva: “Particularmente penso que Iberia não é uma boa solução” para a TAP