A Polícia Judiciária (PJ) considerou que o menor de 17 anos que começou esta quinta-feira a ser julgado, em Penafiel foi quem matou um homem, num estabelecimento noturno em Paredes, em maio de 2022.

Um inspetor da diretoria do Porto disse ao coletivo basear a sua conclusão nas inquirições das testemunhas e nas imagens da câmara de videovigilância, no local do crime.

Não tenho dúvidas nenhumas de que foi ele”, afirmou, por videoconferência.

Anotou, ainda, que no local do crime foram encontrados dois invólucros de munições de fogo, de calibre 6,35, sem contudo ter sido localizada a arma usada alegadamente no homicídio.

O arguido, que se encontra em prisão preventiva, não prestou declarações no início do julgamento. Neste processo, o menor está acusado de dois crimes de homicídio qualificado, um dos quais na forma tentada, em Gandra, concelho de Paredes, no distrito do Porto, no dia 29 de maio do ano passado.

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O suspeito responde ainda por crimes de detenção de arma proibida e roubo qualificado de uma viatura, na forma tentada.

Na audiência de julgamento, o inspetor referiu terem sido recolhidas impressões digitais da carroçaria numa viatura que o arguido terá tentado furtar, após consumar o homicídio.

Neste processo, o MP considerou “suficientemente indiciado que, no dia 29 de maio de 2022, por volta das 04:00, o arguido, com 17 anos de idade, na companhia de outros colegas dirigiu-se a um estabelecimento de diversão noturna” em Gandra, “levando consigo uma arma de fogo municiada, para a qual não detinha a necessária licença de uso e porte de armas”. No local, sustenta o MP, o arguido empunhou a arma e apontou na direção da cabeça de um jovem que se encontrava de costas para si e disparou a curta distância, atingindo-o na cabeça e provocando-lhe a morte.

De seguida, segundo a acusação, o suspeito efetuou outro disparo na direção de um segundo jovem, tendo-o atingido no peito, provocando-lhe lesões que obrigaram a internamento hospitalar.

Em audiência foi inquirido esta quinta-feira, como testemunha, o pai da vítima mortal, que falou do sofrimento por que têm passado os familiares, destacando uma menina de seis anos, que ficou órfã do pai.

Acho que a minha vida acabou. Já não tenho vontade de trabalhar”, referiu, emocionado, elogiando as qualidades familiares e profissionais do filho, com quem trabalhava na área da construção civil.

O julgamento prossegue na sexta-feira, às 14h00, no Tribunal de Penafiel.