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O Presidente russo, Vladimir Putin, defendeu a continuação da guerra na Ucrânia, que descreveu como essencial para garantir a “sobrevivência” do Estado russo face ao Ocidente.

Numa visita a uma fábrica de aviação em Buryatia, Putin defendeu a teoria de que o Ocidente está a usar a Ucrânia para atacar os russos. “Para nós, esta não é uma questão geopolítica, é uma questão de sobrevivência do Estado russo, de criar condições para o desenvolvimento futuro do país e dos nossos filhos”, afirmou perante os trabalhadores, segundo uma tradução da Tass.

O argumento não é propriamente novidade. O chefe de Estado e vários propagandistas do Kremlin já o repetiram por várias vezes desde que, em fevereiro do ano passado, as tropas russas invadiram o território ucraniano.

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“Guerra pela sobrevivência”: Rússia vai cumprir objetivos na Ucrânia, garante propagandista do Kremlin

Segundo o chefe de Estado, o país está a lutar pelo mundo russo na Ucrânia e não pode abandonar a população que continua a falar a língua russa nessas regiões. “Para nós este é um problema do nosso povo que vive nesses territórios. Somos um país multi-étnico, mas mesmo assim é o mundo russo. Se tiverem a possibilidade de falar com algumas das pessoas que vêm de lá – eu conheci algumas – elas não são diferentes de nós. São como nós, são parte de nós, como podemos abandoná-las?”, questionou.

Durante a visita a Buryatia, Putin sublinhou que a Rússia passou oito anos a tentar resolver de forma pacífica a situação no Donbass (leste da Ucrânia), onde apoiou o movimento das forças separatistas. A necessidade de proteger esse território, composto pelas regiões Donetsk e Lugansk, tem sido um dos argumentos mais repetidos pelo Kremlin.

Passamos oito ano a tentar persuadir os nossos chamados parceiros a resolver o assunto do Donbass pacificamente. Afinal, enganaram-nos. E não têm medo de o dizer publicamente”, afirmou.

As duas regiões proclamaram a sua independência da Ucrânia em 2014, ano em que a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia. Em 2022, o Kremlin reconheceu formalmente Donetsk e Lugansk como independentes, três dias antes do início da guerra, uma violação aos acordos de Minsk assinados em 2015 para trazer paz à região.

Nestes territórios decorrem atualmente combates intensos entre as forças russas e ucranianas, particularmente em Bakhmut. Esta cidade é descrita como o principal foco dos combates, onde ambos os exércitos registaram perdas significativas.

Afinal, o que se passa em Bakhmut? A cidade em ruínas que a Ucrânia transformou numa nova Azovstal para esgotar os russos