Quatro associações empresariais do Pinhal Interior mostraram-se esta sexta-feira preocupadas com as propostas incluídas na nova Lei da Habitação, que consideram colocar em “risco de sobrevivência” o setor do alojamento local, nos territórios do Interior.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a Associação Empresarial de Poiares, a Associação Empresarial Serra da Lousã, o Clube de Empresários de Miranda do Corvo e o Núcleo Empresarial de Penela, no distrito de Coimbra, manifestaram “grande apreensão” em relação às consequências que a nova lei pode trazer “às já débeis economias locais”.

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“Apelamos a que os governantes não se esqueçam que o Portugal do Interior é muito diferente do Portugal dos grandes centros“, alertaram as associações, que representam “milhares de empresas unidas pela defesa do tecido empresarial do Pinhal Interior”.

No documento, as associações evidenciaram que os alojamentos locais instalados nos territórios do interior de Portugal são cruciais para a dinamização e desenvolvimento das economias locais.

“Existem dezenas de aldeias que estavam abandonadas e esquecidas e foram os empreendedores do alojamento local que lhes devolveram a vida. Foram e são os alojamentos locais do interior que muito contribuíram para que Portugal fosse identificado e reconhecido como um destino de eleição para os turistas, quer para nacionais quer estrangeiros”, referiram.

Destacaram ainda que os alojamentos locais contribuem para a reabilitação e requalificação de muito do património imobiliário do interior, sendo ainda responsáveis pela criação de milhares de postos de trabalho, em todas as áreas da economia, bem como “pelas sinergias que criam com os diversos agentes económicos”.

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Os empreendedores proprietários dos alojamentos locais do interior conhecem e promovem o território de uma forma muito genuína e com uma dedicação inigualável, valorizando e promovendo os usos e costumes, a cultura e as tradições locais”, acrescentaram.

Estas associações empresariais frisaram ainda o esforço desenvolvido por estes agentes económicos nos últimos anos, inclusive na pandemia, para formarem e capacitarem recursos humanos.

“Agora que os resultados estão a surgir, não se pode extinguir este setor e deitar por terra todo o esforço e investimento”, apontaram.

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No seu entender, as medidas anunciadas como a criação de uma contribuição extraordinária e a transformação dos alojamentos locais em arrendamento “devem ser avaliadas caso a caso”, tendo “em consideração o território onde se localizam as unidades de alojamento”.