Cerca de mil manifestantes, liderados por um grupo de reservistas do Exército de Israel, reuniram-se este sábado em frente à casa do ministro da Defesa, Yoav Gallant, para protestar contra a polémica reforma judicial.

Os manifestantes acreditam que as propostas de alteração legislativa — que procuram limitar os poderes do Supremo Tribunal, transferindo competências judiciais para o Governo — podem transformar o país num regime antidemocrático.

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“Gallant: aquele que se cala por medo, aquele que percebe que está a ser responsável pela desintegração do Exército, que sabe que os militares israelitas podem ser acusados perante o Tribunal de Haia por ajudar uma ditadura”, denunciaram, em comunicado, responsáveis do movimento Camaradas de Armas, promotores da manifestação.

A contestação aos processos de reforma legislativa tem provocado sucessivas manifestações, que se prolongam há já 12 semanas consecutivas, e os militares começam agora a juntar-se aos protestos.

Na sexta-feira, cerca de 200 pilotos de reserva – que voam em missões de combate, helicópteros e aviões de transporte – anunciaram a intenção de se ausentar dos treinos na próxima semana.

Este sábado, quase 1.000 pilotos aposentados da Força Aérea Israelita também prometeram apoio aos seus companheiros, numa carta aberta em que avisam o Governo da necessidade de proteger as instituições democráticas.

“Os valores nos quais os pilotos foram formados ao longo de gerações não permitem que continuem a servir um país que está a mudar de democracia para ditadura”, alertaram os pilotos aposentados, no documento.