O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse esta terça-feira que a democracia e a liberdade de expressão existem em África “porque os governos permitem”, considerando que as pessoas são livres para emitir a sua opinião.

“Há estes movimentos porque os Governos estão a permitir”, declarou o chefe de Estado moçambicano, durante uma conferência de imprensa na Presidência moçambicana, momentos após uma reunião com o seu homólogo da Zâmbia, Hakainde Hichilema.

Segundo Filipe Nyusi, a liberdade de expressão nos países africanos ganhou forma durante os anos de independência, destacando que o continente atravessa uma “nova era”.

“A palavra democracia não existia […] hoje as pessoas podem falar como querem, livremente”, frisou Filipe Nyusi, acrescentando que há casos de países africanos que “exercem melhor” a liberdade de expressão, quando comparadas com as nações que sempre foram apontadas como exemplo internacional.

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Filipe Nyusi reiterou que o fundamental é que todas as opiniões sejam debatidas no ambiente de paz e estabilidade, apontando estes dois elementos como a condição para o desenvolvimento das nações africanas.

“A política se faz na política. Já não está na moda fazer política de pancadaria ou com guerra, as pessoas devem falar”, frisou o chefe de Estado.

As declarações do chefe de Estado ocorrem num momento em que as autoridades moçambicanas continuam a ser alvo de críticas devido à repressão policial a marchas pacíficas que estavam a ser organizadas por jovens em homenagem ao rapper moçambicano de intervenção social Azagaia, que morreu em 9 de março vítima de doença.

A repressão policial, que ocorreu sobretudo em Maputo, Beira e Nampula, deixou vários feridos, tendo merecido a condenação de várias entidades que alertaram para a violência policial injustificada face a grupos pacíficos e desarmados, classificando-a como um dos sinais mais visíveis das limitações à liberdade de expressão e de manifestação em Moçambique.