O livre direto era longe, o saldo entre tentativas e remates de sucesso não era propriamente o melhor (longe vão os tempos daquele célebre tomahawk que era quase um penálti com barreira), a história foi diferente. Já no último quarto de hora da receção ao Abha, Ronaldo conseguiu voltar aos golos de bola parada, deu o mote para uma reviravolta carimbada depois por Talisca de grande penalidade com a bola oferecida pelo português e iniciou mais uma série de encontros consecutivos a marcar, que se prolongou sempre em versão dupla com Liechtenstein, Luxemburgo e mais recentemente Al Adalah. O Al Ittihad continua a liderar a Liga saudita com um ponto de avanço mas o Al Nassr promete dar luta até ao final e, antes do complicado encontro fora com o campeão Al Hilal, seguia-se este domingo outro jogo como visitante diante do Al-Fayah.

11 golos em nove jogos na Liga saudita, terceiro bis seguido em duas semanas: Ronaldo brilha em nova goleada do Al Nassr

Com apenas nove partidas realizadas no novo Campeonato, CR7 levava já 11 golos e duas assistências que mudaram dentro e fora de campo o futebol do Al Nassr. “A chegada de Ronaldo foi muito importante para a nossa Liga. Negociar com jogadores tornou-se mais fácil desde que ele veio para cá. Foi um acordo histórico e é a prova de que estamos a viver o renascimento [do futebol saudita]. É algo que ainda está a ter impacto à volta do mundo. Vai ter um impacto muito positivo na imagem do país e vai mostrar ao mundo o progresso da Arábia Saudita”, explicou esta semana Ahmed Alghamdi, CEO do conjunto de Riade.

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Cristiano Ronaldo voltou a alimentar o vício e está cansado de carregar a equipa às costas

Cá fora, como sempre, Ronaldo continua a ser notícia por tudo. Quando treina, é pelo que consegue fazer. Quando joga, é pelo que faz ou não faz. Quando está fora dos relvados, é pelo que investe ou não investe. E esta semana foi também muito ventilada a compra de um novo luxo por parte do jogador depois do aumento da família, com um investimento alegadamente a rondar os 60 milhões de euros por um novo avião. Ainda assim, o futebol ainda continua a imperar e é no atual momento de forma, com 15 golos marcados nos últimos 11 jogos, que se centravam as atenções em mais um dia onde o Al Nassr poderia igualar a melhor série de vitórias consecutivas da temporada (quatro) entre Liga e Taça da Arábia Saudita.

Dois jogos, quatro golos, 122 num total que já é mais do que Pauleta, Eusébio e Figo juntos. “Ronaldo é um jogador único”, destaca Martínez

Nem mesmo a necessidade de não perder pontos funcionou como estímulo para chegar a esse quarto triunfo consecutivo, sendo que pela primeira vez desde que Ronaldo chegou à Arábia Saudita o Al Nassr terminou uma partida com um nulo (segunda sem marcar, o que só tinha acontecido na derrota com o Al Ittihad). E se de um lado houve literalmente um ex-leão na baliza chamado Stojkovic, antigo guarda-redes do Sporting que chegou a Alvalade em 2007 para o lugar de Ricardo mas perdeu depois lugar para Rui Patrício que não tendo muito trabalho foi dando segurança ao seu organizado sistema defensivo, do outro sobrou uma equipa de “gatinhos” que demorava uma eternidade a variar de corredores e fez a pior exibição com o português em campo, podendo agora ficar a três pontos do líder Al Ittihad caso a equipa de Nuno Espírito Santo vença.

Depois de uma entrada a ameaçar a baliza de Stojkovic logo a abrir por Ayman Yahya (5′), o Al Nassr teve depois um período menos conseguido na partida não só em termos ofensivos mas também no setor recuado, que por mais do que uma vez facilitou e permitiu que o Al-Fayha criasse três oportunidades em pouco mais de cinco minutos, incluindo um golo de Trajkovski que foi anulado (21′). Só mesmo depois da meia hora o conjunto de Riade voltou a assumir a partida, com Ronaldo a ter a melhor chance da partida (33′) na sequência de uma bola parada batida de forma larga por Luiz Gustavo, que já antes também ameaçara (21′). No segundo tempo, Talisca e Ronaldo continuaram a tentar fazer sozinhos aquilo que o resto dos seus companheiros não conseguiam mas, entre um golo anulado ao brasileiro por fora de jogo (80′) e um livre do português que passou perto da trave (70′), o nulo não seria desfeito até ao final do encontro em Al Majma’ah.