A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, considerou que as perspectivas de crescimento da economia melhoraram nos últimos meses, mas continuam frágeis num contexto de incerteza persistente em que os riscos se inclinam para o lado negativo.

“As tensões persistentemente altas nos mercados financeiros podem apertar as condições gerais de crédito mais fortemente do que o esperado e enfraquecer a confiança”, sublinha esta sexta-feira durante a reunião do Comité Monetário e Financeiro Internacional do Fundo Monetário Internacional (FMI) nas reuniões de primavera, que decorrem esta semana em Washington (Estados Unidos).

Neste sentido, reiterou que o Banco Central Europeu (BCE) está a monitorizar as atuais tensões do mercado e continua preparado para responder conforme for necessário para preservar a estabilidade de preços e a estabilidade financeira na zona euro.

FMI reconhece nervosismo nos mercados devido à instabilidade no setor bancário

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Por outro lado, recordou que a guerra na Ucrânia continua a ser um risco negativo significativo para a economia que pode fazer subir novamente o custo da energia e dos alimentos, enquanto o crescimento na zona euro também pode ser afetado se a economia mundial enfraquecer mais do que o esperado.

Desta forma, reconheceu que as perspectivas de recuperação da economia mundial continuam frágeis enquanto se mantém a continuidade da incerteza e a possibilidade de surgirem novamente pressões nos mercados mundiais de energia e alimentos, o que conduziria novamente ao aumento da inflação.

Alertou ainda que a resiliência dos mercados de trabalho e o forte crescimento salarial, especialmente nas economias avançadas, sugerem que as pressões inflacionistas subjacentes continuam fortes.