A Igreja de Inglaterra considera que os solteiros devem ser honradas da mesma maneira que os casais e as famílias e dá como exemplo o facto de Jesus também o ter sido. O relatório “O Amor Importa”, divulgado pela Igreja de Inglaterra, focou-se nas relações e nas famílias enquadradas numa sociedade diversificada e uma das suas mensagens foi a importância de núcleos familiares e lares compostos por uma só pessoa.

O relatório foi conduzido pelos Comissão de Famílias e Lares dos Arcebispos, estabelecida em 2021 pelos arcebispos de Canterbury e York, cujo objetivo é analisar novas formas de trabalho da igreja com famílias e lares com base na tradição cristã. Segundo o documento, os arcebispos reconhecem que o número de pessoas a viver sozinhas aumentou e que ser solteiro “pode ser uma escolha deliberada”.

Por vezes, o parceiro certo ainda não foi encontrado, e por vezes a separação, o divórcio ou a morte resultam na perda de um companheiro”, afirma o relatório, que considera que “as pessoas solteiras devem ser valorizadas no seio da nossa sociedade“.

A igreja de Inglaterra dá assim mais um passo no reconhecimento de núcleos não convencionais, depois de ter aceitado a união entre pessoas do mesmo sexo, explica a CNN. “A própria condição de solteiro de Jesus devia significar que a Igreja de Inglaterra celebra a condição de solteiro e não a considera inferior a viver numa relação a dois”, concluiu ainda o relatório.

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A Comissão de Famílias e Lares dos Arcebispos destacou a oportunidade que a Igreja de Inglaterra tem de conceber de forma diferente uma sociedade onde todas as famílias e relações são valorizadas, incluindo as pessoas na condição de solteiro.

O relatório revela que o formato das famílias muda ao longo das nossas vidas”, afirmou Paul Butler, bispo de Durham e membro da comissão, à CNN. “Mostra que não há formato ideal, exceto que as relações amorosas de longo prazo são essenciais para que todos floresçamos.

Em Portugal, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, registou-se em 2021 um aumento no número de agregados constituídos por apenas uma pessoa. Quase 25% dos agregados domésticos privados consistiam em pessoas que vivem sozinhas. Ao todo, são 1 027 871 pessoas que vivem sozinhas, mais 161 mil do que na década passada.