AT2021lwx: pode parecer uma conjugação aleatória de números e letras, mas é este o nome que os astrónomos estão a usar para batizar a maior explosão cósmica já registada, uma bola de fogo que se estima que tenha 100 vezes o tamanho do sistema solar.
A descoberta, conta o The Guardian, começou quando uma equipa de astrónomos reparou num piscar no céu que aparentemente nada tinha de anormal, em junho de 2020. Mas, afinal, a investigação — que dura há anos e foi publicada no documento que resume as novidades mensais da Royal Astronomic Society — concluiu que se trata de um fenómeno excecional, provavelmente causado por um buraco negro gigante que sugou gás e provocou essa explosão.
O jornal explica que a explosão, que estará a acontecer a oito mil milhões de anos luz, é dez vezes mais brilhante do que qualquer supernova conhecida. E já está a decorrer há três anos.
A team of astronomers led by researchers at @unisouthampton have discovered the largest cosmic explosion ever witnessed. ????
Known as AT2021lwx, it is more than 10x brighter than any known supernova. The research is published in Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. pic.twitter.com/LWaX4mbuWx
— Royal Astronomical Society (@RoyalAstroSoc) May 12, 2023
No documento que detalha o resultado da investigação, o AT2021lwx é descrito como “um acontecimento extraordinário” que não se encaixa na definição de qualquer evento “transitório” conhecido, podendo ter por base uma “nuvem molecular gigante”.
O astrónomo na Universidade de Southampton que liderou a investigação, Philip Wiseman, citado pelo jornal britânico The Guardian, explica que a explosão passou despercebida durante cerca de um ano. Mas com o passar do tempo foi ficando mais brilhante, e acabou por chamar a atenção dos especialistas.
Cientistas usam técnica nova para detetar um dos maiores buracos negros já observados
Agora, os astrónomos calculam que em três anos a explosão terá libertado 100 vezes mais energia do que o sol liberta na sua vida inteira. Não é, ainda assim, a explosão mais brilhante de que há registo — mas é muito mais duradoura do que as mais brilhantes.
Os astrónomos perceberam que, perante a dimensão calculada da explosão, não seria plausível que se tratasse de uma supernova nem de uma estrela que se tivesse aproximado demasiado de um buraco negro, pelo que a tese que consideram mais provável é mesmo que se trate de uma concentração de gás que pode ter sido absorvida pelo buraco negro. Tudo depois de uma possível colisão de galáxias, acrescenta o Guardian.
Agora, os cientistas pedem à comunidade de astrónomos que se mantenha atenta a outros acontecimentos semelhantes que possam dar pistas para ajudar a perceber e estudar melhor esta explosão.