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Esta sexta-feira há novidades vindas de Bakhmut. Depois da Ucrânia e o grupo Wagner terem feito referência a contra-ataques bem sucedidos por parte das forças de Kiev, agora foi o próprio Ministério da Defesa russo que falou numa retirada parcial do norte da cidade. Os militares russos recuaram “para posições mais vantajosas”, ou seja, para junto do lago de Berkhikva.

Leitura bem diferente da situação teve o líder do grupo Wagner. Num vídeo publicado no Telegram, Yevgeny Prigozhin descreveu a situação no terreno como caótica. “O que Konashenkov [porta-voz do Ministério da Defesa] descreveu, infelizmente, chama-se uma ‘fuga’, não um ‘reagrupamento'”, atirou o líder mercenário, citado pela Reuters.

De Pequim, surge a notícia de que o regime chinês se prepara para enviar na próxima segunda-feira um emissário especial à Ucrânia, Rússia e outros países europeus no sentido de analisar “regras políticas” para a guerra na Ucrânia. Numa altura em que Bruxelas discute o reajustamento da relação com Pequim, o chefe da diplomacia chinesa, Qin Gang, defendeu esta sexta-feira que a China e a Europa devem “rejeitar a mentalidade da Guerra Fria”.

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Zelensky recebido por Papa Francisco no Vaticano

Veja aqui um resumo dos outros acontecimentos que marcam este, o 443.º dia da invasão:

O que se passou durante a noite?

  • No seu discurso diário, Volodymyr Zelensky afirmou que a Rússia está “internamente resignada à derrota” e que agora é hora da Ucrânia manter a pressão na linha da frente;
  • O embaixador dos EUA na África do Sul recuou nas acusações feitas a Pretória, dizendo que “pisou o risco” ao acusar o país de ter enviado armas para a Rússia;
  • A Procuradoria Geral da Ucrânia atualizou os dados relativos às crianças vítimas da invasão. De acordo com a procuradoria, pelo menos 480 crianças já morreram como resultado do conflito, e outras 968 ficaram feridas;
  • Dmitri Medvedev, acusou esta sexta-feira os Estados Unidos de subornarem o Tribunal Penal Internacional (TPI) para ordenar a prisão do presidente russo, Vladimir Putin;
  • O secretário de Estado do Vaticano disse que o Papa Francisco está em linha com toda a tradição diplomática da Santa Sé nas duas guerras mundiais, oferecendo a mediação no conflito que opõe Ucrânia e Rússia.

O que se passou durante a tarde?

  • O porta-voz das forças armadas ucranianas no leste do país, Serhii Cherevaty, afirmou hoje que as forças russas estão exaustas e foram massacradas na cidade de Bakhmut nas últimas horas;
  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia disse hoje que a decisão do Reino Unido de enviar mísseis de longo alcance para Kiev constitui “um escalar sério da situação” na Ucrânia;
  • Em mais uma das suas publicações no Telegram, o antigo Presidente russo, Dmitry Medvedev, instou Volodymyr Zelensky a seguir o exemplo de Hitler e suicidar-se;
  • Vladimir Putin disse que Moscovo nunca recusou “a via diplomática” para a resolução da guerra na Ucrânia;
  • Dois bombardeiros russos foram detetados a efetuar voos de rotina sobre as águas neutras do Mar de Chukchi, entre a Sibéria e o Alasca;
  • A polícia de São Petersburgo criou uma unidade anti-drone para detetar aparelhos não tripulados. Lançada a 9 de maio, a área surge depois da suspeita de ataque ao Kremlin;
  • Dois pilotos russos morreram esta sexta-feira depois do helicóptero que pilotavam se ter despenhado na Crimeia. A notícia foi avançada pela agência estatal Tass, que cita o Ministério da Defesa;
  • O Presidente da República Checa e ex-general da NATO, Petr Pavel, mostrou-se confiante com as probabilidades da Ucrânia ser bem sucedida na sua contraofensiva, mas alertou que a operação pode vir a custar um número elevado de vidas ao exército de Kiev.

O que se passou durante a manhã?

  • Em entrevista à rádio ucraniana NV, Oleksandr Musiyenko, analista militar ucraniano, reconheceu que a tão aguardada contra-ofensiva “pode não resultar na expulsão completa das tropas russas e na derrota definitiva da Rússia em todas as áreas ocupadas”;
  • O líder do grupo de mercenários Wagner escreveu uma carta, publicada no Telegram, ao ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, pedindo que visite Bakhmut, ao mesmo tempo que admite que a Ucrânia está a fazer “contra-ataques eficazes” naquela zona;
  • A agência Reuters avançou que a Alemanha pretende comprar, o mais rapidamente possível, 18 Leopard 2 por 525 milhões de euros para substituir os tanques enviados à Ucrânia desde o início da invasão russa;
  • O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, mostrou-se desiludido com a decisão da União Europeia de Radiodifusão de não permitir que Volodymyr Zelensky discurse na final do Festival Eurovisão da Canção através de uma mensagem de vídeo;
  • A Estónia, a Letónia e a Lituânia ponderam “acelerar” o plano que visa tornar os países do Báltico independentes da rede elétrica russa.