Eduardo Vítor Rodrigues desmente em comunicado que António Oliveira, um militante do PS e ex-presidente da Junta de Freguesia de Vitória, tenha sido contratado pela Câmara de Gaia. “António Fernando Silva Oliveira NÃO pertence, nem NUNCA pertenceu, ao quadro de pessoal da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia”, lê-se no comunicado, que faz questão de ter as palavras “não” e “nunca” em caps lock.

“O cidadão em causa fez pedido de mobilidade de outra autarquia para esta Câmara que foi rejeitado, o que a lei permite. Posteriormente, concorreu a um concurso para assistente técnico na Câmara de Gaia (e NUNCA de técnico superior), tendo ficado em segundo lugar, com uma classificação bastante inferior ao primeiro classificado. Por isso, que fique claro, o trabalhador NUNCA foi funcionário da Câmara Municipal de Gaia”, afirma o presidente da Câmara de Gaia.

Babel. Ex-secretário de Estado da Administração Local é suspeito de manipular perda de mandato de Eduardo Vítor Rodrigues

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

De acordo com o DIAP Regional do Porto, esta alegada contratação nasceu de uma solicitação de Manuel Pizarro, atual ministro da Saúde que também já desmentiu qualquer tentativa de favorecimento.

“Que fique também claro que não foi exercida qualquer influência para o desenrolar dos concursos, como se demonstra pelo simples facto de o referido senhor não ter vencido o concurso”, lê-se ainda no comunicado.

Esta é uma das cinco situações que levaram o DIAP Regi0nal do Porto a avançar para a constituição de arguido de Eduardo Vítor Rodrigues por quatro crimes de prevaricação, um crime de corrupção e outro de abuso de poder.

“É completamente normal que, perante dúvidas, as entidades judiciárias obtenham elementos que permitam esclarecer o caso, como acreditamos que foi o que aconteceu. Quem não deve não teme, e o Presidente da Câmara Municipal de Gaia aguarda serenamente que a justiça faça o seu trabalho”, afirma Rodrigues.

Operação Babel. Presidente da Câmara de Gaia também foi constituído arguido: apreendido telemóvel a Eduardo Vítor Rodrigues

“No entanto”, acrescenta o autarca, “é lamentável e inqualificável que seja possível pôr em causa o bom nome do Município de Gaia e do seu Presidente, numa campanha incessante que prejudica a confiança dos cidadãos na instituição e em todos aqueles que diariamente trabalham para melhorar a qualidade de vida dos Gaienses.”

“Perante um ataque político ou pessoal ( o tempo dirá), o Município de Vila Nova de Gaia mantém-se tranquilo, confia na Justiça e aguarda os próximos desenvolvimentos destes processos”, conclui.

Eduardo Vítor Rodrigues continua a insistir, por último, na ideia de que os inquéritos 399/23 e 01/22 não têm o mesmo tronco (por alegadamente terem “total distinção de objeto e de diligências”). Tal como o Observador noticiou desde o início, esses dois processos fazem parte da Operação Babel.

Há ainda um terceiro processo, com o número 400/23, que tem como visados dois técnicos do Departamento de Urbanismo da Câmara do Porto.

Operação Babel. O “Indiana Jones”, o “Gorila” e a entrega de quase cem mil euros em notas numa casa de banho do Norte Shopping