O preço da eletricidade na Finlândia caiu para um nível negativo ao longo de várias horas, na última semana, um “momento histórico”, reconheceu o presidente da empresa que gere a rede energética. Poucos meses depois de o governo pedir às pessoas para terem cuidado com o consumo, dada a subida dos preços que se seguiu à invasão russa na Ucrânia, agora o cenário é o oposto: graças a um novo reator nuclear e à elevada precipitação, que está a deixar as barragens a transbordar, a Finlândia está a viver com uma grande abundância de energia.

Jukka Ruusunen, presidente da Fingrid, a empresa que gere a rede energética finlandesa, afirmou que este foi “um momento histórico”, sobretudo porque a energia que está a ser produzida em grandes quantidades é energia obtida de fontes renováveis.

Não é raro que os preços instantâneos da eletricidade toquem valores negativos por breves momentos, sobretudo durante a noite e madrugada (quando a procura é mais reduzida), mas na última quarta-feira os valores mantiveram-se abaixo de zero ao longo de várias horas, até à hora de almoço.

Esta dinâmica de mercado não significa necessariamente que os consumidores estejam a receber para consumir, em vez de pagar, porque tratou-se de apenas algumas horas e, regra geral, os contratos de fornecimento de energia incluem outros custos e taxas reguladas. Porém, a atual abundância de oferta de energia é uma boa notícia para os consumidores finlandeses, já que estão criadas as condições para que os custos com energia baixem substancialmente.

Citado pela estação pública YLE, Jukka Ruusunen congratulou-se pelo facto de que “agora temos energia suficiente e praticamente livre de emissões carbónicas”. Os finlandeses podem, neste contexto, “sentir-se bem ao usar eletricidade”. É um contraste claro com a situação que se vivia no inverno passado, quando a Rússia ameaçava cortar o fornecimento de gás natural e “agora estamos a pensar em formas de limitar a produção… Fomos de um extremo para o outro”, disse o responsável.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR