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John Kerry, que desempenha atualmente funções como enviado especial dos EUA para as questões climáticas, foi confrontado na televisão francesa com o que pode representar “dois pesos, duas medidas” na análise da invasão russa da Ucrânia e, por outro lado, a invasão do Iraque pelos EUA.

Na entrevista à TF1, conduzida pelo jornalista Darius Rochebin, Kerry disse que não quer “reabrir o dossier” ou discutir as questões ligadas à invasão do Iraque.

“Vocês, os americanos, cometeram um crime de agressão no Iraque. Também devemos julgar George W. Bush pelo Iraque?”, questionou o jornalista, depois de ouvir Kerry falar sobre um julgamento a Vladimir Putin.

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A resposta mereceu um “não” de John Kerry, que foi Secretário de Estados dos EUA já na administração de Barack Obama (democrata), sucessor de Bush (republicano). “Não, porque nunca houve um processo ou acusação contra o Presidente Bush.”

“Mas isso não foi um crime de agressão baseado numa mentira?”, contrapôs Rochebin. “Não… Bem, não sabíamos que era mentira”, atalhou Kerry.

Quando Rochebin disparou mais questões sobre o tema, o norte-americano disse que não ia discutir a guerra do Iraque naquela ocasião. “Não vou debater a guerra do Iraque consigo aqui, passámos muito tempo a fazer isso noutras ocasiões”, afirmou. “Eu fui contra [a invasão do Iraque], achei que era a coisa errada a fazer”, disse John Kerry.

Os EUA avançaram para o território do Iraque a 20 de março de 2003, com o objetivo de derrubar o regime de Saddam Hussein e neutralizar as armas de destruição maciça que os EUA disseram que existiam no Iraque.

Ex-MNE Martins da Cruz sem arrependimentos 20 anos após invasão do Iraque