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Durante anos, recusou falar para CM e CMTV, moveu processos e chegou a atirar um microfone à água. Agora, CR7 vai ser acionista da Cofina

Este artigo tem mais de 6 meses

A animosidade de Ronaldo para com Correio da Manhã e CMTV, principais títulos da Cofina, é conhecida. Chegou aos tribunais e até ao fundo de um lago. Agora, o jogador vai ser acionista da empresa.

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Manchester United via Getty Imag

Manchester United via Getty Imag

“Qué isso CMTV?!”

“Não tenho respeito nenhum por esse jornal”

“Resta-me comunicar que, mais uma vez, irei acionar contra o Correio da Manhã todos os meios de defesa e de reparação de prejuízos que a lei me faculta, sem excluir a via penal.”

O difícil é escolher apenas um momento. Durante anos, Cristiano Ronaldo nunca tentou sequer disfarçar a animosidade que nutre contra os principais títulos da Cofina, Correio da Manhã e CMTV, que chegou mesmo a processar judicialmente — em várias ocasiões.

Por isso mesmo, a notícia avançada esta sexta-feira de que o internacional português, atualmente a jogar no saudita Al-Nassr, será um dos acionistas de referência na proposta de Management Buy Out (MBO) da Cofina, está a ser recebida com espanto, com algumas das principais páginas de memes a reagir ao inusitado da situação.

“Contar com Cristiano Ronaldo, o melhor futebolista de sempre, um atleta de exceção que partilha os valores da exigência, do rigor, do trabalho e da resiliência, como investidor é naturalmente um grande motivo de satisfação para a equipa que está a desenvolver o Management Buy Out da Cofina Media, que oportunamente será apresentado aos acionistas”, disse entretanto à Lusa Luís Santana, administrador executivo da Cofina Media e um dos responsáveis pela proposta de MBO, confirmando a notícia que tinha sido avançada, sem fontes, pelo Eco.

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 [Já saiu: pode ouvir aqui o último episódio da série em podcast “Piratinha do Ar”. É a história do adolescente de 16 anos que em 1980 desviou um avião da TAP. E aqui tem o primeiro, o segundo, o terceiro, o quarto e o quinto episódios. ]

Há praticamente uma década, em outubro de 2014, depois de uma derrota da seleção nacional e no rescaldo de uma notícia publicada pelo Correio da Manhã que dava conta da pretensa influência de Ronaldo na saída de Paulo Bento do cargo de selecionador, Cristiano Ronaldo também se referiu publicamente ao jornal, mas em termos menos benignos.

“O jornal que disse, não gosto de frisar, porque não tenho nenhum respeito por esse jornal, porque é constantemente a inventar notícias, a inventar polémicas, a inventar um mau relacionamento, um mau ambiente na seleção. Já tem sido desde que comecei na seleção, a atacar constantemente a seleção”, foi como na altura se referiu ao Correio da Manhã.

O caso aconteceu justamente na mesma conferência de imprensa em que CR7 se recusou a falar com a jornalista da CMTV presente na sala  — um dos momentos altos da guerra entre jogador e empresa de média. “Qué isso CMTV?!”, começou por perguntar o jogador, para depois ouvir a explicação de alguém que não surge na imagem: “É a televisão do Correio da Manhã”. “Ah, então esqueça, que eu não vou responder”

Dois anos depois, durante a campanha de Portugal no Europeu de Futebol, o capitão da seleção nem se dignou a falar. Quando o repórter da CMTV se aproximou, durante o passeio matinal dos jogadores, junto a um lago, em Lyon, e lhe perguntou se estava preparado para o jogo contra a Hungria, Cristiano Ronaldo arrancou-lhe o microfone da mão e atirou-o para a água.

Na altura, as páginas de memes também explodiram e o Correio da Manhã aproveitou para dar uma estalada de luva branca ao jogador: organizou uma espécie de leilão do microfone, que acabou por ser recuperado por uma dupla de mergulhadores contratados para o efeito, com o dinheiro arrecadado a reverter para uma instituição de apoio a crianças com deficiência com sede na Madeira, ilha de onde CR7 é natural.

Antes disso, Cristiano Ronaldo e Correio da Manhã já se tinham enfrentado em tribunal: em agosto de 2011, a revista Vidas publicou uma entrevista a uma mulher que teria trabalhado na casa de Kátia Aveiro, sua irmã, e sido ama de Cristianinho, o seu filho mais velho, hoje com 13 anos.

“Uma vez que veio uma notícia no jornal a dizer que a mãe do menino queria o bebé de volta. E ela disse: ‘isto é tudo mentira, porque a mãe do menino é mexicana e nem sequer viu se era menino ou menina, porque ela é uma barriga de aluguer. Ela até me disse que o menino tinha duas mães, que os óvulos eram de uma e a barriga de outra. E que as duas eram mexicanas”, disse à revista do Correio da Manhã Manuela Silva, a ex-ama, assumidamente despeitada por ter sido despedida sem aviso ao fim de 11 meses de trabalho.

Cristiano Ronaldo, que na altura estava especialmente sob o escrutínio da imprensa, que tentava a todo o custo descobrir as origens do bebé, não gostou e processou jornal e entrevistada. A decisão do tribunal foi conhecida em julho de 2014, três meses antes do momento “Qué isso?”, e deu-lhe razão:  o seu direito à reserva da intimidade da vida privada tinha sido claramente violado.

Luís Santana e Octávio Ribeiro avançam com proposta de MBO na Cofina. Ronaldo será acionista de referência

Menos de um ano depois, em setembro de 2015, CR7 anunciava, uma vez mais, que ia processar o Correio da Manhã, dessa feita na sequência de uma manchete que dizia que o jogador arriscava ter de pagar vários milhões de dólares no âmbito de um alegado caso de assédio, via redes sociais, a uma modelo americana de 16 anos.

“Não tenho por hábito responder aos boatos e mentiras que sobre mim são publicados, nomeadamente nesse jornal. Porém, neste caso, não posso deixar de denunciar a falsidade dos pretensos factos em que aquela ‘notícia’ assenta e exprimir a minha indignação por mais uma vez o Correio da Manhã utilizar abusivamente o meu nome e a minha imagem, publicando um rumor sem qualquer fundamento, com base em boatos veiculados em websites sem qualquer credibilidade”, acusou em comunicado publicado nas redes sociais.

“Resta-me comunicar que, mais uma vez, irei acionar contra o Correio da Manhã todos os meios de defesa e de reparação de prejuízos que a lei me faculta, sem excluir a via penal. A falta de ética e critério jornalístico é lamentável em qualquer órgão de comunicação social mas ainda me entristece mais quando se verifica no meu país.”

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