O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, prometeu esta quarta-feira recuperar a parte libanesa de uma aldeia dividida pela fronteira com Israel e recentemente ocupada pelo país vizinho, enquanto criticou a comunidade internacional.

“Não é possível permanecer calado sobre o que aconteceu na cidade de Ghajar. Este é um território libanês que deve ser devolvido ao Líbano incondicionalmente. É preciso trabalhar para libertá-lo e esse será um esforço complementar entre o Estado e a resistência. Esta terra não será deixada para os israelitas”, disse o líder xiita num discurso transmitido pelos canais de televisão afetos ao grupo.

Israel construiu recentemente uma cerca em volta da parte norte da vila, pertencente ao Líbano, assumindo o controlo efetivo de todo o local.

A outra metade de Ghajar, povoada pela minoria alauita, já pertencia tecnicamente ao território de Israel, pois faz parte do Golã sírio que o Estado judaico ocupou durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e que posteriormente anexou, de forma unilateral, em 1981.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Tudo isto coincide com a colocação de pelo menos uma tenda de campanha do Hezbollah noutra zona fronteiriça, as Shebaa Farms, disputada por Isarel, Líbano e Síria, que o Estado judaico denunciou no mês passado ao considerar que estão no seu território, enquanto Nasrallah defende que a tenda está levantada em “território libanês”

Nasrallah criticou ainda a ONU por ser “incapaz” de impedir o cerco de Israel a Ghajar e a comunidade internacional por ficar calada perante “todas as agressões israelitas na fronteira”, mas ter “agido rapidamente quando a resistência montou uma tenda na fronteira”.

A zona fronteiriça, no lado libanês, controlada pelo Hezbollah, registou paralelamente uma escalada de tensão entre ambas as nações, incluindo um ataque de artilharia israelita, durante a semana passada, em resposta a um lançamento de mísseis a partir do Líbano.